MAPUTO – O partido no poder, Frelimo, a partir do círculo eleitoral da província do Niassa, é acusado de interferir numa decisão judicial, em que Alfredo Ajana, director provincial da Juventude e Desportos fora condenado a pena maior, por desvio de fundos públicos.
Ajana foi condenado, no passado dia 22 de Julho, a 16 anos de prisão, pelo Tribunal Judicial da Província de Niassa, TJPN, por ter se provado seu envolvimento no desvio de cerca de um bilião meticais da antiga família, hoje um milhão, em conluio com seu subordinado e responsável pelo Departamento de Administração e Finanças, Vasco Raiva, neste momento, encarcerado na cadeia provincial, quando
Ajane, seu colaborador, está em liberdade, a passear sua “classe”.
Na última sexta-feira aquele directorladrão foi visto numa das mais luxuosas instâncias turísticas da Capital, a comer do melhor, depois de ter estado em Matchedje, nas cerimónias centrais que marcaram a passagem do 40º aniversário da realização do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique.
A situação está a deixar preocupada a população daquela província que não sabe quando Ajane será recolhido às celas, onde deverá estar em cumprimento da pena que lhe foi aplicada, pela 2ª Secção do TJPN. Ajana, para além de ser director, é, também, secretário do Comité Provincial para a Organização do partido no poder, Frelimo, naquela parcela do País. Consta que ele se encontra for a da cadeia, alegadamente, por ter apresentado recurso junto ao Tribunal Supremo, TS, com efeitos suspensivos, contrariamente à sorte de Raiva que foi recolhido, imediatamente, aos calabouços.
Comentando sobre o assunto, o jurista Máximo Dias disse, ao A TribunaFax, que o cenário mostra o quão os dirigentes são protegidos, quando cometem crimes. “A sorte que Ajana teve não é a mesma que seu colaborador teve, pois, foram os dois condenados e não faz sentido que um cumpra dentro e outro fora da cadeia”, considerou o jurista que considera que o cidadão comum é, sempre, sujeito a pagar pelo crime dos seus superiors hierárquicos, devido à falta de aplicação da lei, procurando-se, sempre, proteger os dirigentes, sem que, antes se tenha como base a sua conduta social e profissional. Em jeito de desfecho, Dias disse que a luta contra a corrupção passa, necessariamente, pela condenação de todos que, de forma ilícita, beneficiam do bem público, caso contrário, o esforço a ser feito nesta luta jamais trará os resultados desejados. (AA)
( Retirado, com a devida vénia, de A Tribuna Fax, de 05/08/08 )
Este é que é o problema real do governo da Frelimo. Desta forma Mocambique nunca caminhará para lado nenhum.
ReplyDeleteEsta é uma das consequencias da partidarzaçâo da sociedade e só por isso a Frelimo teria de ser castigada nas eleições, na verdade assim não vamos a lado nenhum.
ReplyDeleteUm grande abraço!
Como é que a Frelimo será castigada ? Com a Renamo actual ? duvidamos muito, a voz da revolução ainda não pertence a renamo e enquanto tiver a organização que tem e cingir-se no poder nunca irá saír da crise interna ciclica que vive.
ReplyDeleteAinda há muitos cidadãos que, passados mais de 30 anos, ainda guardam sequelas do colonialismo e não se contentam em ver Moçambicanos cuidarem do seu País. Esses é que estão a enterrar a Renamo juntamente com os PROFETAS DA DESGRAÇA.