Em Moçambique já existem identificados nove factores de ameaça a
paz, estabilidade e segurança, segundo o documento do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) produzido com base em estudos feitos junto das populações moçambicanas sobre a sua percepção sobre o país..
O documento destaca o clima de tensão e violência política nos períodos eleitorais, homens armados que ainda continuam nas matas da província de Sofala, carestia da vida, ausência
do diálogo permanente entre os actores políticos, elevado índice de criminalidade nas zonas urbanas, entre outros.
Um outro aspecto que mina a estabilidade política e segurança social é um crescente sentimento de identitário regionalista que resulta em simetrias constantes, assim como uma prevalência de conflitos sobre o uso e aproveitamento da terra, segundo ainda o documento do MARP que refere em seguida que os índices de pobreza, corrupção e enriquecimento fácil e ilícito têm igualmente produzido repercussões negativas no seio das populações com incidências das regiões rurais, bem como o sentimento
de exclusão social a que maior percentagem de moçambicanos tem enfrentado.
O mesmo documento assegura, que apesar dos conflitos eleitoral-políticos existentes no vizinho Zimbabwe e da recente crise de xenofobia na República da Africa do Sul, não existem ameaças externas a Paz, reiterando que internamente é remota a possibilidade
de retorno à guerra.
Porém, recomenda o documento para tomada de medidas concretas e consensuais para eliminação de homens armados, adopção de legislação mais punitiva contra práticas do crime organizado e demais acções, enquanto que no concernente a democracia constitucional, realça o documento que tem vindo a citar haver enormes desafios, isto porque o processo da democracia multipar- tidária em Moçambique ainda não é do domínio de todos.
De referir, entretanto, Moçambique não vai submeter este ano de 2008 o seu relatório de avaliação do seu desempenho à União Africana (UA) devido ao pedido nesse sentido de adiamento para Janeiro de 2009. O pedido foi formulado pelos países do grupo de Moçambique, nomeadamente Nigéria, Uganda e Borquina Fasso por estarem na fase de elaboração dos seus documentos de avaliação para serem submetidos a União Africa. Assim Moçambique passou a integrar o grupo das Maurícias e Lesotho que irão apresentar os seus documentos já em Janeiro de 2009.
( Ilídio Sitoe, em “ Diário do País “, de 02/06/08, retirado com a devida vénia )
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