Sunday, 10 February 2008

Povo está cansado de mentiras do Governo

O maior partido da oposição, em Moçambique, RENAMO, considera que o incumprimento do Manifesto Eleitoral e a falta de definição de políticas exequíveis, relacionadas com os combustíveis, pelo partido no poder, FRELIMO, estão na origem da actual crise que se vive na Capital e província de Maputo.
Segundo o porta-voz da “perdiz”, Fernando Mazanga, a situação de caos, despoletada pela nova tarifa dos transportes semi-colectivos de passageiros, chapas, que deveria ter entrado em vigor, terça-feira última, em consequência do aumento do preço dos combustíveis, resulta do facto de o Governo da FRELIMO ter prometido adquirir transportes públicos de passageiros movidos a gás e aumentar a frota de comboios, para dar vazão ao problema dos transportes, o que, até ao momento, não passou de um mero discurso político, que se consubstancia numa mentira, devido a não efectivação da promessa, facto que deixa o povo enfurecido.
“A população deveria se ter manifestado, há dois ou três anos, mas não o fez, porque o Governo prometeu introduzir transportes públicos movidos a gás, para além de aumentar a frota dos comboios. Consta, no Manifesto, que a FRELIMO proverá transportes”.
Mazanga, que falava em exclusivo ao A Tribuna Fax, disse não ter havido motivos para que o preço dos combustíveis subisse, no mercado nacional. “Há um falso problema, que levou ao aumento dos preços de combustível. Quando o barril custava 90 dólares, no mercado internacional, nos anos 2004/5, o valor de câmbio por unidade de dólar oscilava entre os 27 e 28 mil meticais, da antiga família. Hoje, o barril custa 100 dólares e o câmbio de um dólar é de 23 meticais, porque a moeda nacional está robusta, o que significa que, o preço do diesel deveria, pelo contrário, baixar, pelo menos, para 24 meticais”, disse Mazanga.
“Os transportadores têm razão. Quantas vezes os combustíveis registaram subidas de preço e s tarifas dos chapa se mantiveram?”, questionou, ajuntando que “o problema não é dos combustíveis ou transportadores. É do Governo do partido FRELIMO, e a população está dizer, com a insurreição, que está cansada pelo incumprimento do Manifesto Eleitoral e o custo de vida está cada vez mais, insuportável. Se sobe o combustível, aumenta o preço de transporte, o de trigo também, o que encarece o pão, facto que não afecta os governantes da FRELIMO e suas famílias”.
“Mesmo a Revolução Verde, que se considera fundamental para o combate à pobreza, depende do combustível. O Governo não pode remendar uma capulana velha”, referiu, de forma metafórica, para explicar que “a medida de baixar o preço dos combustíveis para conferir término à manifestação popular é imprudente.
No entender de Mazanga, o Governo deveria criar empresas públicas de transporte de pessoas e bens, para além de estabelecer de estabelecer reservatórios de combustíveis, para que a subida dos combustíveis, no mercado internacional, não tenha um impacto imediato.
“O Governo deve preocupar-se em criar reservas financeiras, de víveres, combustíveis, inclusive de água, para fazer face a situações de emergência. O Governo não se preocupa em reduzir o custo de vida dos moçambicanos”, reiterou o porta-voz da RENAMO. (IC)

(Retirado, com a devida vénia, de A Tribuna Fax de 08-02-08)

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