Tive conhecimento através do www.macua.blogs.com de um debate aceso que se vai travando num jornal britanico a propósito do nosso Eusébio ser considerado o melhor futebolista africano de todos os tempos ( confira blogs.guardian.co.uk ). As opinioes dividem-se pois muitos não consideram Eusébio como africano e é visível uma certa confusão nas ideias. Embora não seja descabido que os portugueses o reclamem como seu, eu pessoalmente não tenho dúvidas em o considerar moçambicano, aliás, sei de fonte segura que ele chegou a usar passaporte moçambicano. Esta situação levanta algumas questões. Quem decide a nacionalidade de uma pessoa, é a própria pessoa ou são os burocratas? Porque não deixamos que as pessoas definam e revelem a sua nacionalidade? É possível ser-se portugues e moçambicano ao mesmo tempo? As leis que regulam a nacionalidade são justas e realistas? Eu conheço alguns casos no mínimo estranhos!
O meu bom gosto impede-me de ser benfiquista ( eh! eh! eh ), mas não me esqueço da magia que ele espalhou pelos estádios que pisou. Obrigado, Rei, pelas memórias e parabéns pelos 66 anos que completou ontem!
Eusébio é,assumidamente, um cidadão português. Doutro modo: é um cidadão nascido em Moçambique que optou pela nacionalidade portuguesa. Foi nesta qualidade que granjeou o prestigio que toda a gente conhece.
ReplyDeleteO Tembe que se instalou em Portugal e desenvolve, há anos, a sua actividade como pedreiro, ninguém se preocupa com a sua nacionalidade.
A questão, para mim, reduz-se a uma mera formalidade jurídica. É certo que o problema não se esgota aqui. O Tembe, personalidade ficticia, provavelmente está, cultural e afectivamente, mais ligado a Moçambique que o "Rei".
Isto, entre outras coisas, tem a ver com o grau de integração na sociedade de acolhimento. Vou ficar por aqui pois esta questão poder-me-ia levar bem longe e lá estaria, involuntariamente, a dar uma "seca" a quem me lesse.
Amigo, o seu ponto de vista é válido mas temos de concordar que este é um problema com diversas matizes e difícil de dissecar em poucas linhas. O Eusébio é um homem simples e certamente que não gostaria de alimentar este género de polémicas, mas eu gostaria de saber a opinião dele.Que saiba, ele nunca negou a sua moçambicanidade, embora tambem se assuma portugues. Eu sinto-me confortável com a ideia que ele é luso-moçambicano. Esta questão não pode ser só considerada pelo lado jurídico, pois tambem terá de ter uma componente sentimental, embora concorde que a integração seja um factor essencial.
ReplyDeleteDuas pequenas observações: nos seus momentos de glória não havia um país chamado Moçambique e desconheço se ele alguma fez parte de uma lista dos melhores futebolistas europeus.
É possível que este caso tenha contornos políticos e raciais, acredito que se Moçambique fosse um país democrático e próspero, Eusébio não teria problemas em revelar mais da sua faceta moçambicana.
Sabe, eu gostaria imenso de discutir este assunto consigo pessoalmente até à exaustão e acredite que não me daria "seca". Um abraço,
José
O seu comentário convida-me a clarificar algumas coisas.
ReplyDeleteDo que conheço do Eusébio, imagino-o um cidadão simples,despretensioso, de trato fácil e incapaz de execrar as suas origens.
Pretendi, tão-somente, evocar o sistema absorvedor de Eusébios. Também não quis dizer que o B.I. apaga a memória. Deixemos isto , como sugere, para uma melhor oportunidade
Um abraço
Eu percebi e continuo a acreditar que este caso tem demasiadas vertentes! O meu grande desgosto é que ele seja benfiquista! Um abraço,
ReplyDeleteJosé
Ilustre amigo, acabei de ver agora no www.macua.blogs.com, observações interessantes sobre o Eusébio! Espreite!
ReplyDeleteQue importa? O que está nos papéis ou o que somos? Ser ou ter? Eu não sei o que sou. Indiana, Moçambicana, Portuguesa, Holandesa? Lembro-me que Che Guevara dizia que se sentia Argentino na Argentina, Cubano em Cuba...
ReplyDeleteIsto é como discutir o sexo dos anjos.
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ReplyDeleteLi o que escrevi e não gostei. Fui um pouco bruta. Sabes Zé? Claro que temos que discutir e faz bem. Fiz mal em usar a força de expressão 'O sexo dos anjos'. Depois de publicado já não sabia como emendar. Para a próxima, terei mais cuidado.
ReplyDeleteNo entanto, estive a pensar e acho que ninguém é puro. E as culturas para mim são alfaces, couves etc. Preferimos monoculturas?
O que parece que nos custa (e estou a incluir-te) é termos sido 'forçados' a sair de Moçambique terra que tanto gostamos, não é?
Adoro-vos!