Monday 30 March 2009

Daviz Simango em Portugal




Editorial do Savana

Conflito de interesses, regalias e corrupção em Moçambique

Como é evidente, os parceiros colocam importância especial quanto à necessidade de firmeza por parte do governo moçambicano na implementação das suas políticas de combate à corrupção. E contrariamente ao entendimento de 2004, em que em caso de má utilização de fundos o governo comprometia-se simplesmente a reparar os danos, desta vez os parceiros outorgam-se ao direito de em tais casos interromperem o fluxo de recursos. Não é digno que no nosso país questões de boa governação e de gestão prudente dos recursos nacionais tenham que parecer ser mais da preocupação dos doadores (ou parceiros como se lhes quiserem chamar) do que do nosso próprio governo. Mas a realidade dita que tenha que ser assim, porque infelizmente consumimos o que não produzimos.
E o que é isto de corrupção em Moçambique? Não se trata certamente de uma situação em que servidores públicos metem a mão na massa, como se costuma dizer. O fenómeno tem outros contornos mais complexos e sinuosos. Não salta à vista na superfície. Ela desdobra-se num emaranhado de conflitos de interesse cujo resultado é o bloqueamento no processo de tomada de decisões, muitas vezes conduzindo ao adiamento de decisões que para a maioria do povo constituem uma questão de vida ou de morte. Isto verifica-se muitas vezes na adjudicação de concursos públicos, onde não raras vezes o adjudicador é simultaneamente uma das partes interessadas, dificultando desse modo qualquer grau de objectividade.
Isto também é resultado de uma prática que já se tornou muito comum entre nós, em que empresas privadas com objectivos de conquistar o mercado oferecem a dirigentes públicos posições nominais na sua estrutura accionista, numa espécie de transacções venenosas em que a única moeda de troca é a influência que passará a ser exercida pelo novo “accionista” para a atribuição viciada de contratos públicos. O fenómeno da corrupção tem ainda uma outra faceta. Esta consiste na atribuição de benefícios (ou regalias) desproporcionais a servidores públicos, que muitas vezes chegam a ultrapassar os seus próprios rendimentos, criando dessa forma uma riqueza fictícia com implicações profundas na distorção do mercado.
Tudo isto são questões que deveriam estar previstas na nossa lei, que tal como ela está hoje é ainda bastante permissiva. A falta de uma acção determinada nesse sentido só continuará a permitir uma situação em que os doadores continuarão a exercer uma intervenção excessiva na nossa vida pública, uma chatice que certamente não deverá agradar a muitos dos próprios servidores públicos.

Sunday 29 March 2009

Meditation


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Daviz Simango em Lisboa






FONTE: www.macua.blogs.com, retirado com a devida vénia.

Saturday 28 March 2009

Humor sem limites

É a mesma coisa: encostar... ou meter

Um homem casado vai confessar-se:
- Eu quase pequei...
E o padre:- Que quer dizer com 'quase' ?
- Encostei meu pirilau na empregada... Mas, na hora eu não meti, eu parei. Por isso, foi 'quase'!
- Encostar é a mesma coisa que meter... Você pecou, meu filho! Reze vinte ave-marias e colabore com cem euros para as obras da igreja, que será perdoado !
O cara sai do confessionário, reza vinte ave-marias, tira uma nota de cem euros da carteira e vai até à caixa de esmolas. Encosta a nota na ranhura, mas recua e guarda o dinheiro. O Padre, que estava espiando, grita:
- Eu vi isso, pecador! Você não meteu o dinheiro na caixa de esmolas!
- Foi o senhor mesmo quem disse que encostar é a mesma coisa que meter!
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De onde vêm os bebés ruivos?

Depois do bebé nascer, o pai, aflito, foi falar com o obstetra.
"Senhor doutor, estou muito preocupado porque a minha filha nasceu com cabelos ruivos. Não pode ser minha!"
"Que disparate!" disse o médico. "Mesmo que tu a tua mulher ambos tiverem cabelo preto, podem ter cabelos ruivos nos genes da vossa família."
"Não é possível!" insistiu o pai. "Ambas as nossas famílias têm tido cabelos pretos há muitas gerações."
"Bem," disse o médico "tenho de perguntar.. Com que frequência tu e a tua mulher praticam sexo?"
O homem, envergonhado, respondeu: "Este ano tenho andado cansado de trabalhar muito. Só fizemos amor uma ou duas vezes nos últimos meses."
Então aí está!" disse o médico confiante. "É ferrugem!"
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A importância de um elogio

O marido nu olha-se ao espelho e diz para a esposa:
- ..Estou tão feio, gordo, careca! Preciso muito de um elogio...
A esposa sorri e diz-lhe:- A tua visão está óptima!..



Friday 27 March 2009

Thursday 26 March 2009

Mania de dirigentes políticos de brincadeira

Durante os trabalhos da assembleia constitutiva do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, realizados na Beira, entre 06 a 07 de Março corrente, era frequente ouvir-se de alguns intervenientes, quando se dirigissem ao presidente eleito, Daviz Simango, a tratá-lo por Sua Excelência/Vossa Excelência.
Qualquer figura, pública ou privada, pode ser tratada por tal designação. É prática habitual entre membros do mesmo partido tratarem-se por camarada, senhor, se tratamento mais íntimo e familiar não couber, como sinal de uma comunidade de objectivos e ideias. Em geral, o tratamento de Sua Excelência ou Vossa Excelência é reservado ao Chefe do Estado e outros altos dignitários do Estado.
Afonso Dhlakama é tratado, pelos seus colaboradores, de Sua Excelência/ Vossa Excelência. Armando Guebuza, Chefe do Estado, no seu partido, os militantes e seus colaboradores tratam-no por Camarada Presidente. Quando na qualidade de Chefe do Estado, é chamado por Sua Excelência/Vossa Excelência. Os mais retrógrados ou aduladores tratam-no, em público e de forma ostensiva, de Camarada Presidente. Ao procederem de tal modo, excluem milhões de cidadãos moçambicanos que não se identificam com a Frelimo.
Guebuza é o Chefe do Estado de Moçambique. Nesta qualidade, é presidente de todos os moçambicanos. É Camarada Presidente, apenas, dos militantes da Frelimo, tal tratamento teria que ser manifestado, somente, em ambiente partidário e não quando estiver em funções de Estado, como se pode notar, muitas vezes, nomeadamente, no Parlamento, onde os puxa-sacos o tratam por Camarada Presidente.
Dhlakama é o único dirigente partidário que é tratado por Sua Excelência/ Vossa Excelência pelos seus colabradores e ele aceita. Por isso, não se esforça para ser chefe de Estado. Ele já é Sua Excelência/Vossa Excelência. Dirigentes políticos de brincadeiras, que pululam, na nossa praça, se chamam, para auto consolação, de Sua Excelência/Vossa Excelência, devido à preguiça que os impede ter visibilidade. Comparam-se a um louco que, consciente de que ninguém o trata por Sua Excelência/Vossa Excelência, decide chamar-se a si de Minha Excelência.
Simango não precisa ser bajulado nem venerado para ter visibilidade. Ele provou que pode triunfar, se todos puxarem o barco para frente.
Os colaboradores de Simango prestariam um contributo valioso, ao MDM, se evitarem tratá-lo de Sua Excelência/Vossa Excelência. Simango precisa de colaboradores para tornar Moçambique para todos e não de engraxadores. Ao mandar escrever no estatuto do MDM que o presidente tem, só, dois mandatos de cinco anos cada um, demonstra que não apego ao poder.
Foi para evitar que seja contaminado pelo vírus parecido ao que infectou Marcelino dos Santos, que diz Frelimo sou eu ou a Dhlakama que reclama que
a Renamo é minha.
Respeitar não é bajular. Adular é enganar. Não tratem o líder do MDM, Davis Simango por Sua Excelência ou Vossa Excelência!

( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, 24/03/09 ).

Wednesday 25 March 2009

Primeiro Almoço dos Simpatizantes do MDM

Está confirmado o almoço com o Sr. Engº DAVIZ SIMANGO, Presidente do Conselho Executivo da Cidade da Beira e Presidente do novo partido político, MDM ( Movimento Democrático de Moçambique ) e sua comitiva.
O almoço vai ser realizado no dia 28 (Sábado), às 13 horas, na Quinta de Santa Sofia em Polima, por detrás do Colégio Inglês de " Saint Dominic", conforme croqui a seguir indicado ou consulta do site " http://www.quintasantasofia.com ".
O preço é de 25€ por pessoa, com a seguinte ementa:

APERITIVOS
Croquetes de vitela, Rissois de camarão, Linguiça assada, Chouriço assado, Tirinhas de queijo, Pão saloio, Broa de milho, Gin tónico, Favaios, Martini, Sumo de laranja e águas.

ALMOÇO
Caldo verde ( com o chouriço à parte )
Bacalhau à minhota
Semifrio de limão com coulli de frutos vermelhos

Café
vinhos branco e tinto
01 digestivo por pessoa ( Whisky novo, aguardente ou licor beirão )

Após o almoço, o bar é à consignação

A organização agradece a confirmação da presença, até ás 12 horas, do dia 25 corrente, junto ao elemento do Protocolo, que o contactou, por telefone ou email.


Quinta de Santa Sofia
Actividades Hoteleiras e Similares Limitada
Rua Maria Brown Outeiro de Polima
2785-816 São Domingos de Rana


Telefone:
214444443

214447470/79

919365773
Fax:
214447479


Email:

Escritório
geral@quintasantasofia.com

analima@quintasantasofia.com

UE exige "transparência" na investigação de Mongicual

A delegação da Comissão Europeia em Maputo exigiu hoje uma investigação "transparente" à morte por asfixia, há duas semanas, de 12 reclusos numa cela do comando da polícia no distrito de Mongicual, na província de Nampula.
Num comunicado, a entidade "deplora as mortes e insta as autoridades competentes a assegurar que haja uma investigação compreensiva, transparente e completa de modo a levar os culpados de quaisquer crimes à barra da justiça". No mesmo comunicado a Comissão considera "urgente" a busca de uma solução para a superlotação das prisões e celas da polícia moçambicana. (Moçambique Hoje)


FONTE: www.athiopia.blogspot,com .

Favorecendo ‘patrão’

A medida tomada, a 03 de Novembro, um dia antes do início formal da campanha para as eleições autárquicas de 19 de Novembro de 2008, pela Comissão Nacional de Eleições, CNE, desqualificando, alegando falta de atestados de residência, quarto candidatos da oposição – três da Renamo e um do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, PDD, é vista como um favorecimento implícito ao partido governamental.
A lei diz que o candidato deve residir há, pelo menos, seis meses na autarquia onde concorre. A Comissão Nacional de Eleições, o principal órgão de gestão e condução do processo eleitoral, dominada pelo partido Frelimo, é vista por vários da sociedade política moçambicana como estando a favorecer, tacitamente ao partido no poder, Frelimo.
A prisão do candidato da Renamo para a presidência do município de Mandlakaze, Bernardo Malombe, um dia antes da campanha, foi um acto ilegal. Viola o preceituado na Lei 18/ 2007,de 18 de Julho, artigo 9, no seu nº 1, que diz: nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva, a não ser em flagrante delito, por crime doloso punível com pena de prisão maior. A alegada falsificação do atestado de residência é um crime punível com pena de prisão maior? A CNE não se queixou à Procuradoria. Os ilícitos eleitorais são dirimidos pelo Conselho Constitucional.
Cristóvão Soares, candidato da Renamo para o município de Gorongosa, foi posto fora da pista. Segundo a CNE, ele reside em Dondo. Está em Gorongosa, há quatro meses. Manuel Bissopo, ex-vereador para área de Finanças, no Conselho Municipal da Beira, exonerado por Davis Simango, por se ter aliado a agitadores liderados pelo delegado político provincial, Fernando Mbararano, teria que disputar Dondo com Manuel Cambezo, da Frelimo, vive na Beira e não na autarquia por que pretende concorrer, argumenta a CNE.
A CNE diz ter constatado que Benjamim Massangaice, candidato para o município de Manica, pela Renamo, vive em Gondola e não na vila Manica, por isso, o desqualificou. João Alfazema, candidato do PDD para presidente de Milange, foi incapaz de fornecer sua foto à CNE. Apesar de terem sido notificados os respectivos mandatários para sanarem os problemas detectados, dentro do período legal, mas, até ao fim do prazo, nada havia sido feito.
A Renamo perdeu a oportunidade de reactivar esperança dos seus militantes e simpatizantes de que, ainda, tem capacidade para disputar as eleições, em pé de igualdade com o seu principal adversário. Esta des-qualificação remete a Renamo e PDD à marginalidade política. A Frelimo iniciou a corrida com uma larga vantagem sobre seus concorrentes. Enquanto os órgãos eleitorais continuarem partidarizados, estes problemas não serão ultrapassados.
Os métodos autocráticos, dominantes na Renamo, originam esses problemas. Os candidatos são indicados pelo líder e não são eleitos pelas bases locais. Ninguém pode assumir um processo em que não participa na sua concepção e planificação.



( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, de 23/03/09 ) .

Tuesday 24 March 2009

Governo “lança poeira” aos olhos do povo

A prisão, no dia 22.09.2008, do ex-ministro do Interior, Almerino Manhenje e oito seus amigos, acusados de desfalque de 220 milhões de meticais, incluindo o PCA do Instituto Nacional de Segurança Social, Armando Pedro, é visto como resultado da pressão da comunidade doadora e de consubstanciar o discurso de combate à corrupção. Os governos da Suécia e Noruega anunciaram cortes substanciais do seu apoio ao orçamento do Estado, por falta de avanços no combate à corrupção.
A ministra da Função Pública, Vitória Diogo, revelou, em entrevista à TVM, que, no ano passado, expulsou quase 900 funcionários, por indisciplina, mau comportamento, absentismo. Em nenhum momento disse ter encaminhado à Procuradoria casos de roubos de fundos públicos, apesar de estarem a ocorrer todos os dias. Diogo lança poeira aos olhos do povo para impressionar alguém. A TVM, por razões ainda por descortinar, voltou a pôr no ar esta publicidade enganosa. Sugerimos, oportunamente, ao PCA da TVM, para poupar os telespectadores com brincadeiras.
O governo combate o polícia de trânsito que pede refresco ao automobilista, para anular a multa. Ao professor primário que quer matabicho, para deixar o menino transitar de classe. Castiga ao enfermeiro que solicita oriento ao paciente para não bichar. A detenção de funcionários da primeira linha é um sinal de que o aviso dos doadores vai continuar a fechar as torneiras que jorram leite e mel que engordam os novos ricos. Se medidas enérgicas de combate à corrupção não forem tomadas, os momentos mais difíceis estarão próximos e o governo sairá derrotado da sua pena com gente corrupta.
Ficou mal a defesa pública, na TVM, proporcionada pelo antigo chefe do Estado, Joaquim Chissano, a favor dos detidos, sugerindo que aguardassem julgamento em liberdade, comparando a situação com a do líder do ANC, da África do Sul, Jacob Zuma. Esta comparação é absurda e inoportuna. Siba-Siba Macuácua foi morto por cobrar dinheiros roubados ao Estado. O governo de Joaquim Chissano fingiu perseguir os assassinos, quando, de facto, enganava o povo. Até ensaiou ajuda de peritos sul-africanos.
Recentemente, foram absolvidos, pelo tribunal, oito cidadãos indiciados no suposto atentado à vida do marido da Primeira-Ministra, depois de oito anos de reclusão. Ninguém ouviu Chissano a solicitar que aqueles cidadãos aguardassem julgamento em liberdade. Gostaríamos que todos os corruptos, com provas documentadas, fossem encarcerados, julgados e condenados. A prisão de Manhenje e seus comparsas na suposta roubalheira dos fundos do Aparelho do Estado, no Ministério do Interior, é uma amostra não significativa dos roedores do bem comum.
Continuamos insatisfeitos com a Procuradoria Geral da República devido ao seu fraco desempenho no combate à gatunagem nas instituições públicas. Empresas fantasmas de dirigentes são infiltradas nas instituições do Estado para sugarem fundos. Foi assim como roubaram no Ministério do Interior. Vimos isso, recentemente, no INSS.


( Edwin Hounnou, em ATribunaFax de 17 de Março de 2009 )


Repúdio às Mortes Assassinas (Massacre) nas celas do Distrito de Mongicual em Nampula

No passado dia 16 de Março, tomamos conhecimento de que muitos cidadãos honestos foram assassinados nas celas da PRM no Distrito de Mongicual, em Nampula, violando os Direitos Fundamentais do Homem e do cidadão e a Carta Universal dos Direitos Humanos.
Estes acontecimentos verificaram-se após o Vice-Ministro do Interior, José Mandra, ter declarado que a RENAMO estava a desinformar as populações daquele Distrito e outros circunvizinhos sobre a epidemia da cólera que assola o país. As detenções que se verificaram após as declarações do Vice-Ministro do Interior, José Mandra, não podem ser responsabilizadas ao Comandante da PRM, em Mongicual e seus colaboradores. Estes estavam em missão de serviço, cumprindo orientações dadas superiormente pelo Governo da Frelimo, através do seu Vice-Ministro. Não é admissível que num país, onde se propala o Estado de Direito Democrático e de Justiça Social, o Governo da Frelimo impunemente usa e abusa da Polícia, mandando deter e entulhar nas celas centenas de cidadãos como se de animais se tratassem, com o propósito deliberado de os eliminar fisicamente como anteriormente fez em Montepuez e Mocímboa da Praia. O Governo da Frelimo não respeita as leis, sendo pão de cada dia a violação sistemática e permanente da Constituição da República e dos Direitos do Homem.
O Departamento de Estado Norte Americano, tinha razão ao apresentar no seu relatório, há poucas semanas atrás, indícios sobre o nível de corrupção no país e também sobre a violação grosseira dos Direitos Humanos em Moçambique. Apesar de a Ministra da Justiça Benvinda Levi, ter tentado desmentir os aspectos factuais do relatório em apreço.
Um outro aspecto que nos deixa verdadeiramente espantados, nesta onda de massacres em massa, é o facto deles relacionarem-se com a figura do Ministro do Interior, Senhor José Pacheco. Só para citar, Três exemplos:
a) Quando se deu o massacre de Montepuez (300 mortos) na Província de cabo Delgado, o Sr. José Pacheco era Governador daquela Província;
b) Quando centenas de membros da RENAMO foram barbaramente assassinados em Mocímboa da Praia, o Sr. José Pacheco, já era Ministro do Interior;
c) Agora, o massacre na minúscula cela de Mongicual, o Sr. José Pacheco ainda goza, impunemente, da qualidade de Ministro do Interior.
Respeitando o princípio da dignidade do Homem, do civismo, do respeito pela vida humana e pelos demais valores da convivência social, exigimos que o Sr. Ministro do Interior demita-se com efeitos imediatos.
O Governo da Frelimo, ao mandar assassinar cidadãos indefesos nas celas do Distrito de Mongicual pretende distrair a atenção dos moçambicanos em relação à situação de cólera que se vive no país, alegando para isso que esta doença é propagada pela desinformação alegadamente movida pela RENAMO (declarações do Vice-Ministro do Interior José Mandra).
De quem é a responsabilidade de educar as populações a respeitar os princípios básicos de higiene individual? Do Governo do Dia, concerteza!
O governo da Frelimo foi sempre igual a si próprio, principalmente em períodos eleitorais, sempre soube arranjar artimanhas e subterfúgios para justificar as suas fraquezas e a sua incapacidade na busca de soluções para os problemas que afligem as populações.
Estamos perante um Governo falhado, caduco, prenhe de criminosos que permite que o seu povo morra por negligência e falta de assistência médica. Nesta ordem de idéias e em consequência do massacre havido nas celas do Distrito de Mongicual exigimos no Mínimo que o Governo indemnize as famílias que perderam os seus entes queridos. Exigimos também que o Governo assuma a responsabilidade pela assistência educacional dos filhos menores das vítimas até à maioridade.
Para terminar, apelamos que o Governo seja levado às barras do tribunal e aí responda em juízo pelos cidadãos barbaramente massacrados nas celas, em Mongicual, como acontece em sociedades civilizadas e em Estados verdadeiramente democráticos.
A RENAMO apela a todos os moçambicanos e a Comunidade Internacional, através dos seus Embaixadores residentes em Maputo, para que se juntem à mesma no repúdio pelo massacre de membros da RENAMO, indiscriminadamente, nas celas da PRM no país.


Conferência de Imprensa realizada em Maputo, aos 23 de Março de 2009
Por Rahil Khan
Ministro do Interior do Governo Sombra
Partido RENAMO

Monday 23 March 2009

Frelimo está assustada

A vitória de Daviz Simango, no município da Beira, derrotando, de forma copiosa, os candidatos da Frelimo, Lourenço Bulha, que havia montado uma luxuosa campanha, e de perdizes depenadas e tontas, que deambulavam sem objectivo nem alvo, Manuel Pereira, deixa o partido dos camaradas baralhado. A Frelimo retirou das suas funções a direcção do Comité Provincial liderada por Bulha, a quem acusa como sendo a culpada pelo falhanço, no caldeirão do Chiveve, e desorganização do partido. No seu lugar, a Frelimo despachou uma equipa liderada pelo veterano da luta de libertação nacional, Alberto Chipande, que integra o ministro do Interior e activista político, José Pacheco, e o propagandista, Edson Macuácua.
Quando a Frelimo anunciou que o seu candidato, para a presidência do município da Beira, seria Bulha, alertei para quem quisesse ouvir que, apenas, o pretendiam afastar da política activa. Era óbvio que não tinha condições objectivas para ultrapassar Simango que trazia uma folha limpa de serviço. Sonhar em vencer Simango, em 2008, é o mesmo que alguém, seja quem for, nas presidenciais de 2009, pensar vencer Armando Guebuza. Simango não tinha um adversário à altura, como Guebuza não terá, este ano, alguém que o amedronte. Seria Afonso Dhlakama o seu adversário directo, porém, o líder da Renamo desfez o seu partido, que era uma grande máquina, com forte inserção e apoio popular, em todo o País.
A Frelimo ao afastar Bulha e sua equipa, cometeu injustiça. Eu estava na Beira quando decorria a campanha para as eleições de 19 de Novembro de 2008. Vi Chipande, Ivo Garrido, Deolinda Guezimane, Edson Macuácua a mobilizarem potenciais eleitores nas repartições públicas, empresas públicas e zonas residenciais. Porquê a batata quente resta, apenas, para Bulha e sua equipa? A máquina que veio do Maputo não viu que estava a marchar em terreno falso? Nenhum deles fazia ideia de que falando em oferecer caixões a granel, às famílias carenciadas, estariam a criar uma imagem horrível do seu candidato?
Não é preciso ser especialista em campanhas eleitorais para perceber esta problemática. Bastava, meramente, ter bom senso.
A dificuldade em conviver com a diferença precipitou a Frelimo. Se esta for a prática corrente da Frelimo, então, que se prepare para engolir derrotas em cascata, infligidas pelo Movimento Democrático de Moçambique, MDM. A Frelimo habituou-se, ao longo de vários anos, a interagir com um adversário com quem concertava, antecipadamente, as derrotas. Doravante, as regras serão diferentes. O MDM vai exigir um jogo isento de concertações, de onde só ganha o mais forte e organizado e não o mais esperto. A eterna música de roubos de votos fica para os, aparentemente, mais fracos, improvisados e vendidos. As derrotas concertadas terminaram, como a anunciada por Faque Fararia, membro do trio da Beira, já ébrio, que pugnava para inviabilizava a candidatura de Simango e tantas outras manobras.


(Edwin Hounnou, ATribunaFax, Maputo, 12 de Março de 2009)

Mulémbwè acocorado no Governo

Eduardo Mulémbwè, presidente da Assembleia da República, AR, esteve,também, em Namaacha, a participar do retiro do Conselho de Ministros, CM, alargado aos governadores provinciais, primeiros secretários provinciais da Frelimo e outros, realizado de 23 a 25 de Fevereiro de 2009, sob a direcção do Presidente da República, Armando Guebuza. A Constituição da República, CR, estabelece separação dos poderes do Estado – Legislativo, Executivo e Judicial — e a sua interdependência.
A primeira impressão que salta à vista é de que o Governo orienta o Legislativo. A interdependência não significa, de forma alguma, participar dos encontros do CM. O legislativo concebe e aprova as leis, sejam elas da sua autoria ou de outros órgãos do Estado, que regulam a vida económica, social, cultural e política do País.
A CR diz, no Artigo 133: são órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo, os tribunais e o Conselho Constitucional. Artigo 134: os órgãos de soberania assentam nos princípios de separação e interdependência de puderes consagrados na Constituição e devem obediência à Constituição e às leis. Que separação de poderes se faz quando o presidente da AR participa das reuniões do CM?
Mulémbwè não deveria, por razões óbvias de ética, estar em encontros do CM. Nem que estes sejam camuflados em conselhos de ministros alargadíssimos, se bem que ainda deseja ter alguma credibilidade pública. Há reuniões do partido em que ele pode participar, uma vez que é membro da sua Comissão Política. É contraproducente estar nas reuniões do CM. A quem se subordina Mulémbwè no Governo? — Ao Chefe do Governo? Sim.
Um Estado de Direito forte ergue-se com gente audaz e determinada em fazer prevalecer a lei acima dos interesses partidários e, sobretudo, de índole pessoal. Estarão preparados nossos políticos a dar esse passo para conferir qualidade ao Estado? O sistema judicial dá indicação de um Estado de Direito desacreditado, por defender interesses políticos ocultos.
O antigo ministro do Interior , Almerino Manhenje, acusado, inicialmente, de 49 delitos criminais, está, agora, reduzido a, somente, um. É, só por si, sinal evidente de um sistema ineficiente, incapaz e subserviente aos desígnios poder político. O judiciário finge combater a corrupção quando está a mentir.
O Governo é um poder do Estado. A sua face mais visível. O Legislativo – Assembleia da República – é outro. Concebe e aprova leis. Fiscaliza o Governo. O Judiciário – os tribunais – indicia, julga, condenada ou absolve. Administra a Justiça do Estado. Mulémbwè conhece estas noções básicas de Direito, porém, por razões de índole pessoal, não hesita em acocorar-se no CM, a receber ordens do Governo, esquecendo-se dos princípios emanados da CR.
Mulémbwè não precisa de mais retiros porque já esteve em vários, quando se preparava para a vida sacerdotal. As leis viram letra morta quando faltam homens de carácter vertical para fazê-las vingar.

(Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, com data de 11/03/09)

Sunday 22 March 2009

Sabor a café


Um chefe de cozinha encheu três panelas com água e colocou-as sobre o fogo alto.
Numa delas colocou cenouras, numa outra colocou ovos e na última ele colocou café moído
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou o fogo, retirou os ovos, colocando-os numa tigela, retirou as cenouras, colocando-as num prato e verteu o café numa chávena.
As cenouras estavam macias.
Os ovos endureceram.
E o café?...
Então o chefe observou o seguinte:
Todos os produtos haviam enfrentado a mesma adeversidade: a água fervendo! No entanto, cada um reagiu de maneira diferente! A cenoura, quando foi colocada na água era firme e inflexível. Depois de ter sido submetida à fervura, amoleceu e tornou-se frágil. Quando os ovos foram colocados na água, eles eram frágeis. A sua casca fina protegia o seu interior, que era líquido. Mas, depois de terem sido fervidos, o seu interior tornou-se mais firme, endurecido. Com o café, tudo foi diferente: após ter sido levado, junto com a água, ao fogo, ele transformou-a!
Agora medita:
Com qual destes três elementos tu te assemelhas quando a adversidade vem ao teu encontro? Serás cenoura, ovo ou café?
Serás como a cenoura, que aparece forte, mas que, diante da adversidade murcha, torna-se frágil e perde a força?
Serás como o ovo que possui um interior maleável, um espírito fluido, mas que, diante da adversidade, se torna endurecido?
Ou serás como o café? O café muda a água fervente que lhe causa dor: quando a água chega ao ponto da sua fervura, ele dá o máximo de si e deixa evidente o seu delicado sabor e aroma!
É isso!... Que tu sejas como o café! Que diante de uma dificuldade, sejas capaz de reagir de forma positiva para poder transformá-la, sem te deixares vencer pelas circunstâncias adversas. Que haja sempre sabedoria nos teus momentos mais difíceis, para que possas espalhar e irradiar o teu mais doce aroma!
E quando tomares o próximo café, lembra-te desta comparação! Procura ser café, usando a hostilidade para modificar o sabor da vida. Renova-a e dá aquele aroma especial aos que vivem ao teu lado!

Saturday 21 March 2009

Hoje é o Dia Mundial da Poesia


Poema do futuro cidadão

Vim de qualquer parte de uma
Nação que ainda não existe.
Vim e estou aqui!
Não nasci apenas eu
nem tu nem nenhum outro...
mas Irmão.
Mas
tenho amor para dar às mãos cheias.
Amor do que sou
e nada mais.
E
tenho no coração
gritos que não são meus somente
porque venho de um País que ainda não existe.
Ah! Tenho meu Amor a todos para dar
do que sou.
Eu!
Homem qualquer
Cidadão de uma Nação que ainda não existe.

( José Craveirinha, citado por Daviz Simango no seu discurso de 07/03/09 ).

Humor político

AVISO: A intenção não é ofender mas sim soltarmos uma boa gargalhada juntos. Se se ofende facilmente, passe em frente, não leia!


Quando Deus fez o mundo, para que os homens prosperassem decidiu dar-lhes apenas duas virtudes.Assim:
- Aos Suíços os fez estudiosos e respeitadores da lei.
- Aos Ingleses, organizados e pontuais.
- Aos argentinos, chatos e arrogantes.
- Aos Japoneses, trabalhadores e disciplinados.
- Aos Italianos, alegres e românticos.
- Aos Franceses, cultos e finos.
- Aos Moçambicanos, inteligentes, honestos e Frelimistas.
O anjo anotou, mas logo em seguida, cheio de humildade e de medo, indagou:
- Senhor, a todos os povos do mundo foram dadas duas virtudes, porém, aos Moçambicanos foram dadas três! Isto não os fará soberbos em relação aos outros povos da terra?
- Muito bem observado, bom anjo! exclamou o Senhor.
- Isto é verdade!
- Façamos então uma correcção! De agora em diante, os Moçambicanos, povo do meu coração, manterão estas três virtudes, mas nenhum deles poderá utilizar mais de duas simultaneamente, como os outros povos! Assim, o que for Frelimista e honesto, não pode ser inteligente. O que for Frelimista e inteligente, não pode ser honesto. E o que for inteligente e honesto, não pode ser Frelimista.
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- Senhor Presidente, isto está de tal maneira que até as raparigas licenciadas têm que se prostituir para sobreviver.
O Presidente, com o seu sorriso inteligente, responde:
- Lá está o Senhor Jornalista a inverter tudo, ....o que se passa é que o nosso sistema de ensino está tão bom, que até as prostitutas hoje são licenciadas...
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Uma tarde, um conhecido político ia na sua "limousine" quando viu dois homens na berma da estrada comendo capim.Ordenou ao seu motorista que parasse e saindo perguntou a um deles.
- Porque estão a comer capim ?
-No temos dinheiro para comida. - disse o pobre homem - Por isso temo sque comer capim.
- Bem, então venham a minha casa e eu vos darei comer - disse o político.
- Obrigado, mas tenho a minha mulher e dois filhos comigo. Estão alí,debaixo daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente opolítico .Voltando-se para o outro homem disse-lhe:
- Você também pode vir.
O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, Senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois quevenham também. - respondeu opolítico.

Entraram todos no enorme e luxuoso carro. Uma vez a caminho, um dos homens olhou o politico e disse:
- O senhor é muito bom. Obrigado por nos levar a todos !
O político respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muitofeliz por fazê-lo!.Vão ficar encantados com a minha casa.....Só o capim tem mais de 20 centímetros de altura !.
Moral da história: Quando pensares que um político te está a ajudar, pensa duas vezes!

Padre estrangeiro em Maputo

AVISO:Basicamente, trata-se de um padre tentando falar a língua portuguesa, com resultados hilariantes! Se é muito sensível e não tem sentido de Humor, não veja!


Os homens

1. Os homens são como férias. Não duram o bastante.

2. Os homens são como bananas. Quanto mais envelhecem, ficam menos duras.

3. Os homens são como o tempo. Não podes fazer nada para mudá-lo.

4. Os homens são como café. Os melhores são quentes, fortes e te mantém acordada por toda a noite.

5. Os homens são como computador.Difícil de entender e constantemente sem memoria.

6. Os homens são como publicidade. Jamais acreditar em uma palavra daquilo que lhe dizem.

7. Os homens são como conta no banco. Sem dinheiro não geram interesse.

8. Os homens são como pipoca. Te satisfazem, mas só um pouco.

9. Os homens são como nevasca. Não sabes nunca quando chegam, quantos centímetros te darão ou quanto tempo durarão.

10. Os homens são como fotocopiadoras. Servem para a reprodução.

11. Os homens são como estacionamento. Todos os lugares bons estão ocupados, os outros são deficientes.

Friday 20 March 2009

Sobre o MDM de Devis Simango

Antes, pedir desculpas pela minha longa ausência neste espaço de debate, a blogosfera. Venho hoje expressar a minha opinião em torno do surgimento de um novo partido no cenário político moçambicano. Trata-se do MDM- Movimento Democrático de Moçambique, liderado pelo actual Presidente do Município da Beira, o Eng.º Devis Simango. Muito foi, aliás, é dito acerca deste novo Partido. Analistas há que afirmam que este novo Partido será alternativa para os moçambicanos...outros há que afirmam que este movimento apenas terá expressão nas zonas urbanas...outros ainda afirmam que é um Partido que vem para servir interesses externos e que sendo um Partido constituído por "desertores" provenientes da Renamo, a começar pelo próprio líder, Devis Simango, então não vai trazer nada de novo no xadrez político nacional. Como facilmente se pode constatar, diferentes opiniões tem sido emitidas. É, em boa verdade, difícil dar crédito a uma ou outra. Algumas opiniões padecem de vícios insanáveis. Por exemplo, aquela segundo a qual o MDM vem para servir interesses externos, alegadamente porque logo após o acto constitutivo do movimento, Devis Simango viajou para o continente europeu (Prof. Carlos Serra chamou a isto de falta de respeito). Ora, quanto a mim, se Devis Simango conduzir o seu projecto com serenidade, se conseguir conquistar apoios, entre vários, o financeiro, se convidar quadros sérios e com verdadeiro sentido patriótico e com cultura de Estado e de respeito pelo povo, se conseguir transmitir uma mensagem de esperança ao povo moçambicano, à semelhança do que o Presidente Obama fez nos EUA ( comparação ousada? não sei!), poderá conquistar muitos corações. Devis tem que estar convicto que será dura a missão de disputar eleições presidenciais e legislativas que terão lugar no presente ano. Terá que montar uma estrutura bastante forte capaz de ombrear com a máquina da Frelimo, que toda a gente conhece. Não sei se em 6 meses poderá criar uma estrutura com tal capacidade. As eleições gerais tem suas particularidades. É necessário que se tenha humildade suficiente para se perceber isto. Seria bom que o MDM, concorresse aos pleitos que se avisinham como uma oportunidade para, entre outras coisas, dar aconhecer o seu projecto político. Alguns dizem que sendo o MDM um movimento constituído por indivíduos expulsos da Renamo não pode ter expressão no País. É difícil dar crédito a posições destas. Na verdade, o MDM, poderá ocupar um lugar privilegiado no cenário político nacional, tudo dependerá da coesão, responsabilidade, coerência, projecto político sério e realizável, sentido patriótico, entrega dos membros ao projecto do movimento e muito mais. Não é por alegadamente ser constituído por "desertores" que o MDM será um projecto falhado. Os partidos tem géneses diferentes. Mesmo a Frelimo tem uma génese particular. Houve turbulências, bem ou mal, mas foram superadas. E a Frelimo conseguiu levar avante o seu projecto. E está aí hoje. Penso que o MDM, com gente comprometida e responsável pode levar avante o seu projecto político.

PARA UNS É CLARO QUE SÓ ELES MERECEM CONTINUAR A GOVERNAR…

mas porque não experimentar outra maneira de governar, com outros?

Beira (Canal de Moçambique) - É evidente que da boca de certas figuras do regime do dia é inconcebível que o país seja governado por outros que não eles. Outra coisa também não seria de esperar…
Mas quem disse que existe um determinado grupo que nasceu destinado a ser perpetuamente governo em Moçambique? Nascemos todos iguais e somos iguais perante a lei. É o que a Constituição em suma estabelece. Porque não entender e aceitar que outros também podem governar?
Porque não aceitar que num processo democrático, outros possam ser escolhidos pelos moçambicanos, para serem o governo de Moçambique? Porque é tão difícil certas pessoas entenderem que Moçambique é um País para todos e não apenas de um punhado de famílias que se julgam donas de todos nós?
Porque razão haverá quem não consegue ver-se como oposição? Porquê um bom número deles tem mostrado, não consegue viver fora dos limites do parasitismo institucional e do tráfico de influências?
Porque nunca trabalharam na vida e mesmo quando pretendem exibir a capa de combatentes da libertação nacional sabe-se que muitos deles passaram o tempo nos escritórios da Frelimo em Argel, ou no Cairo e agora se armam em grandes obreiros da liberdade?
São sobretudo estes que tem o medo feroz da possibilidade de passarem para o lado da oposição… Pensam que estão predestinados a serem eternamente poder porquê? Quem lhes deu esse direito? Quem lhes dá o direito de andarem eternamente a contar-nos histórias mal contadas?
A questão que se coloca aos moçambicanos é terem a coragem de escolher o que querem e como querem que sejam os que lhes governarão nos próximos anos.
Há que escolher de maneira cada vez mais madura e consequente entre aqueles que têm até aqui prometido o futuro melhor e coisas tais que só chega para os mesmos.
A escolha tem sido apenas entre aqueles que a coberto de um manifesto desenhado tendo em conta o que são as carências e os problemas dos moçambicanos, não conseguem traduzir esses manifestos em realidades vividas, e os que se declaram dispostos a inverter os termos em que as coisas se fazem neste país e que tardam a mudar.
Já não se pode basear as escolhas naquela corrente ou ideia cultivada e até promovida pelos que exercem o poder. Mais vale confiar naqueles que querem definitivamente que as coisas mudem. Mais vale confiar em quem estará preocupado em quem quer resolver contribuir para a resolução progressiva dos problemas dos moçambicanos. Não vale a pena tentar mais com os mesmos. Não vale a pena esperar pelos mesmos. Não vale a pena esperar mais por quem anda há décadas a prometer o que só consegue converter em benefícios para si próprio à custa dos votos de quem tem andado distraído.
A maneira simplista como quem tem dado o voto a um poder cada vez mais corrupto serve exactamente os detentores do poder. E serve para que os mesmos continuem a coberto de seus postos no governo a fazer de nós bobos da corte.
O que até aqui quem está há anos no poder tem feito é de facto e apenas servirem-se do poder para enriquencerem a si, seus amigos e familiares.
A governação de Moçambique tem de passar a ser um assunto que incorpora em cada momento a vontade e as aspirações dos moçambicanos.
A economia não pode ser gerida em função dos interesses que a equipa governamental tenha nos diferentes pelouros ou dossiers. Não se pode limitar a realização de projectos no país àquilo que o poder do dia entenda que deve ser feito, sobretudo quando isso se limita aos projectos em que concorram os seus interesses particulares. Basta de nos enganarem!
Tem de haver campo para o exercício aberto de uma democracia que se estenda ao campo da economia e que de facto sirva a todos.
Moçambique não pode pretender combater seriamente a pobreza e simultaneamente permitir que uns procedam de maneira abertamente ílicita traficando influência e promovendo a prática de actos corruptos e lesivos dos interesses públicos.
Não se pode combater a pobreza fechando os olhos às falcatruas de camaradas que agem sob a alegação de que não se pode prejudicar o partido Frelimo que se tornou no mal maior dos tempos que correm apesar de muitos continuarem iludidos a crentes do contrário.
Não se pode combater a pobreza sem começar pelo topo da pirâmide. Não se pode mudar nada sem se começar por mudar o comportamento altamente anti-ético e imoral que continua a prevalecer apesar de alguns pensarem que ainda somos os campónios ceguinhos do costume.
A disciplina orçamental tem de ser escrupulosamente aplicada e controlada pelos dispositivos governamentais existentes. Mas estes não estão a ser capazes de respeitar práticas que se recomendam a qualquer Estado que se preze. Não se pode combater a pobreza sem haver uma obrigação verificável de apresentação em tempo útil do património dos candidatos a cargos públicos antes de assumirem suas pastas. Não se pode esconder aos moçambicanos o que potencialmenmte constituiria um conflito de interesses entre os governantes e a coisa pública. Não se pode continuar a enganar os moçambicanos sem eles reagirem.
Sem ética e moral, sem separação efectiva dos poderes democráticos, qualquer proclamação de combate contra a pobreza absoluta ou parcial, está condenada ao fracasso. Porque não permite que os executantes respondam pelos seus actos. Nem permite que a responsabilização se realize em tempo útil.
Andamos agora em processos judiciais que jamais teriam acontecido se quem governa ouvisse e respeitasse o que continuamente tem sido manifestado pelo Tribunal Administrativo. Se houvessse uma pitada de ética e sentido de solidariedade, muitos que actualmente governam ter-se-iam demitido ao verem seus colegas do governo anterior acusados de desvios de fundos públicos quando exerciam cargos que tinham à sua responsabilidade o controle da utilização dos dinheiros públicos.
É em coisas destas que todo um processo de construção de um Moçambique diferente emperra e derrapa. Por isso é preciso começar-se pela grande aposta de um Moçambique para todos. É preciso que cada moçambicano entende que cheou a hora de se por fim a tudo o que apenas tem beneficiado uma minoria de gente aproveitadora do suor alheio.
Os discursos dos que insistem em governar-nos, por mais bem estruurados que sejam e por mais profunda que pretenda ser a sua mensagem, não tem dado resultado. A realidade é sempre a mesma e somos vítimas da mentira, permanentemente.
A dinâmica que se procura implantar no governo do país fica no papel e nos elogios que a imprensa domingueira e servil apresenta regularmente aos moçambicanos.
Qualquer pessoa que queira ser fiel à realidade sabe que a vida dos moçambicanos em geral é extremamente difícil. A maioria vive de esquemas nas cidades. Os funcionários públicos fingem que trabalham. Tudo é mais complicado de fazer e conseguir do que no tempo em que o país era uma colónia.
Quem ignora as dificuldades? Quem ignora que sendo a terra do Estado, conseguir um terreno e construir uma casa numa vila ou cidade moçambicana é mais complicado do que no tempo colonial? Quem não sabe disso?
Este país pode ser viável mas a opção tem de ser outra. O modelo destes governos que temos tido não conseguiu resolver os problemas deste país.. Há que fazer renascer o sentido de coisa pública e sobretudo uma abordagem de governação que ultrapassa a esfera dos interesses particulares do chefe de tal governo e seus colaboradores.
Moçambique e os moçambicanos tem de ter a coragem de optar democraticamente, pelo que consideram ser a alternativa que levará à concretização de suas aspirações sem medo ou receio de que os tradicionais partidos militarizados do país impeçam que a democracia triunfe. Os partidos do regime não são nenhuns monstros invencíveis.
A história é daqueles com coragem. Escolher melhor, votar melhor. Lutar por direitos e não votar para se perpetuar os abusos identificados é um imperativo nacional.
A hora é dos moçambicanos. Quem irá optar por se continuar a acobardar e a vender o seu voto por uma capulana ou meia dúzia de meticais ou mesquinhas benesses?
Quando é que os moçambicanos se deixarão de vender por ninharias em eleições para depois passarem cinco anos a chorar?

(Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique, 19/03/09 )

Justiça injusta ou “nó-guebas” na Justiça?


Maputo (Canal de Moçambique) - A nossa Justiça em Moçambique perdeu a credibilidade. É preciso fazer-se urgentemente qualquer coisa que ponha fim ao caos. Estão realmente mal e há factos que o indicam claramente. É preciso agir com mais determinação e coragem, urgentemente. As coisas estão mal mas ainda não está tudo perdido.

Somos um país de 20 milhões. Não pode estar tudo perdido. Perdidos andam aqueles que há anos, embora com a responsabilidade de evitar o caos, não foram capazes de impedi-lo nem ao menos atenuar os seus efeitos na sociedade. Inúmeras ocorrências transportam-nos para a Idade Média: os linchamentos. Sucedem-se em catadupa.

Chegará o dia que serão tantos que acabaremos por falar de novo em guerra civil. Os tiros, as catanadas, as agressões, estão aí. Não tínhamos justiça, houve guerra civil. Hoje não temos justiça, mas temos de evitar o pior.

O presidente da República já deixou claro que não se pode fazer justiça pelas próprias mãos, que é preciso repudiar-se tais práticas, que tais práticas afastam o investimento. Mas o Senhor presidente esqueceu-se de admitir que é ele que dirige o Estado que não funciona – o Estado que foi capturado e se permite a trocar justiça por dólares para apoiar eleições.

Será que o chefe de Estado não tem culpa de nada? São os outros? Tem tempo para “presidências abertas” e “retiros” e não tem tempo para tratar da Justiça?

Temos, desde a Constituição, a outra legislação para regular o funcionamento da Justiça formal, institucional, mas nunca houve tanta justiça pelas próprias mãos como há hoje. Porque será? A Justiça formal não estará conspurcada e capturada?

Têm-se feito reflexões, mas os resultados estão à vista: mais criminalidade, mais impunidade, mais proteccionismo aos prevaricadores acólitos do sistema, mais perseguição à imprensa que não se cala, mais tudo…logo, também mais justiça pelas próprias mãos…

Anibalzinho, esse nome sempre recorrente, foi de férias, não se sabe se abandonou o seu posto definitivamente ou não, mas o certo é que até hoje continua-se a reflectir na Justiça e não há responsáveis pelo que aconteceu. Fica no ar a ideia de que lhe foi oferecida uma “viagem turística” para aliviar as tensões políticas na “grande capoeira”…

Muitos casos poderíamos citar, mas seria exaustivo num país em que já se recorre à justiça pelas próprias mãos precisamente por se saber a que ponto chegou o caos na Justiça e instituições afins. O número de ocorrências é o acumular da bagunça na Justiça e reflecte a perda de confiança dos cidadãos no sistema de coação assente no Direito convencional.

Cada vez temos mais polícia, mas também cada vez temos mais crime.

Cada vez a Policia se queixa mais de que não tem meios, cada vez se despejam mais meios na Policia mas, mesmo assim, cada vez há mais dedos no ar a apontar o caos e cada vez há mais cidadãos honestos com medo da Policia em vez de se sentirem mais protegidos por ela, como deveria ser.

Os juízes do Supremo deixaram a “casa” chegar a tal ponto que se fala hoje de sete anos no mínimo para que um caso possa ter desfecho. Acusam-se os juízes a esse nível e certos deles fingem que não ouvem. Estão protegidos pela lei e pelos compromissos. Se ninguém diz que não fazem nada vão continuando a pavonear-se por «barracas de gala» e bons manjares, com ar de quem tem os pulmões bens cheios de confiança no futuro que para eles tem sido permanentemente promissor. Já foi, não temos dúvidas, gente de grande mérito, mas é gente claramente cansada e já sem pernas para correr, apenas a dar sinais de estar exclusivamente agarrada aos benefícios que ofendem o salário base em que assenta a vontade de seus pares de outros países, nas mesmas circunstâncias preferirem alegremente irem para a reforma.

Quem tem de pôr ordem na casa já não tem moral para o fazer. Quem devia ter vergonha dos resultados, depois de tanto contribuir para que as coisas melhorassem e elas terem acabado por chegar ao caos e a esta triste realidade que temos hoje, de não se encontrar outra alternativa que não seja fazer-se justiça pelas próprias mãos, ao continuar bem seguro nas suas “resolutas” ajudas aos predadores do Estado, devia ter vergonha, mas, pelo visto vai, alegremente, assobiando para o lado...

Assim, temos a Justiça injustiçada. Não dá! É preciso ir alguém de fora, com créditos e habilitações suficientes – sem dúvida – para salvar o Supremo. Essa(s) pessoa(s) existe(m). O país tem gente de qualidade arrumada nas prateleiras como se não fossem esses os cidadãos em que podemos de facto confiar…

De facto há governo, há leis, há instituições, mas o «complot» é de tal ordem que não há quem desfaça o nó. Temos mesmo a certa altura de falar de pessoas.

Isto já não é um nó-górdio. É um nó-guebas… Se o problema não está nas pessoas, está no sistema, mas são as pessoas que mudam o sistema ou que o devem mudar quando está a falhar!E ninguém está satisfeito com a Policia e muito menos com a Justiça. Quem disser o contrário está com medo de falar.

Nós não temos a varinha mágica, mas mudar as pessoas já se viu que é sempre um bom começo para o resto mudar. Mudar é bom para se evitar que os comentários descambem para impropérios contra as pessoas que emperraram o sistema por se lhes ter esgotado a sua adrenalina ou por terem atingido a sua própria falência técnica.

Também nos ocorre sugerir que se mude a legislação e se adopte um sistema que dê mais autonomia aos magistrados. E aqui a nossa proposta de base é que o Conselho Superior da Magistratura Judicial passe a estar exclusivamente sob o controlo dos juízes e outro pessoal do aparelho judicial, que o presidente do Supremo e o vice-presidente sejam eleitos pelos magistrados e não escolhidos por quem governa e é muitas vezes responsável por outro tipo de maus serviços prestados à Nação. Como fazer-se isso deixamos ao critério de quem está mais habilitado a fazê-lo. O que nos parece é que a Justiça precisa urgentemente de ser tratada com afinco; abanada para que folha seca caia ao chão.

E já agora sugerir também que se pense em cumprir a Constituição e eleger-se quanto antes o Provedor de Justiça. Pode ser um passo imediato de algum proveito. Porquê tanta dificuldade em encontrar-se alguém para tal função? O ciclo estará assim tão fechado? Não estará o Estado capturado por um núcleo de cidadãos que se julgam mais iluminados que os outros?

Já não há nenhum cidadão neste país com condão para nos salvar do descrédito a que chegou a Justiça e nos salvar da impotência a que os cidadãos foram remetidos a ponto de se andarem a matar uns aos outros devido a não verem já no Estado alguém que possa punir quem deve e deixar-se de proteger quem não pode continuar a beneficiar da bênção dos “deuses”?

Não nos venham dizer que está tudo perdido! Moçambique não pode é continuar nas mãos de quem se apoderou de nós!

( Canal de Moçambique, 19/03/09 )

Dinheiro dos aeroportos para a Frelimo e declarações em Tribunal

No nosso Editorial de 26 de Fevereiro de 2009 escrevemos que os desvios de valores na empresa de Aeroportos de Moçambique foram para financiar o Partido Frelimo e atribuímos tais afirmações ao Eng.º Diodino Cambaza, que na altura era o PCA efectivo da Empresa de Aeroportos de Moçambique embora estivesse e esteja encarcerado na Cadeia Civil. Citámos um semanário da praça, mas cometemos um erro de que nos penitenciamos. Tais afirmações não foram do Eng.º Cambaza mas, sim, do PCA que então estava interinamente em funções, Eng.º António Loureiro, também administrador para o Pelouro Técnico, e ainda do Dr. Hermenegildo Mavale, um outro ex-administrador da «Aeroportos» (Pelouro das Finanças), ambos declarantes no processo em fase de instrução contraditória. Aqui fica a rectificação e o nosso pedido de desculpas ao eng.º Cambaza por este erro de citação.
Objectivamente, quem disse que certo dinheiro roubado na Aeroportos de Moçambique foi para contas do Partido Frelimo, foram os senhores António Loureiro e Hermenegildo Mavale. E houve realmente um semanário que escreveu que eles disseram que o dinheiro “de que tanto se fala” da empresa de Aeroportos de Moçambique “foi usado para patrocinar actividades do partido Frelimo” para além de ter servido para outras “alegadas práticas corruptas”.
As declarações de Loureiro e Mavale foram proferidas em resposta a perguntas feitas durante a audiência de acareação, em Tribunal. Sabia o eng.º Diodino Cambaza, embora não tenha sido ele a processar os movimentos, que foram pagas contas do Partido Frelimo com dinheiro da empresa de Aeroportos de Moçambique. E sabia-o porque ele tinha no seu gabinete um computador que lhe permitia ver os movimentos “on-line”, a qualquer momento. E sabia ainda porque os relatórios financeiros semanais lhe chegavam regularmente às mãos. Mas esta parte dos dinheiros que serviram para pagar contas da Frelimo não faz parte dos autos. Azar do Sr. Eng.º Cambaza que assim acabará por ser uma das muitas vítimas orquestradas pelo sistema para mostrar aos doadores que os gestores deste Estado são umas «peças de museu» a preservar. E aqui fica também a confirmação de que há empresas públicas – pelo menos, para já, a Aeroportos de Moçambique, a financiar o Partido Frelimo. E nós a pagar impostos para estas coisas! E taxas de aeroporto exorbitantes!... Se isto não é roubo o que é? O presidente do Partido Frelimo e Presidente da República, a Senhora Primeira-Ministra e membro da Comissão Política do Partido Frelimo não sabem que há dinheiros do Estado a pagar contas do seu “partidão”? Se isto não faz emperrar o sistema Judicial, o que é que faz com que a Justiça seja só para uns e não para quem deve ser? O presidente do Partido Frelimo e a dirigente da Frelimo Luísa Diogo, porque não são chamados pela PGR para explicar como é que o partido do Governo se permite a ter contas pagas por empresas públicas? Tem medo de alguma coisa senhor Dr. Augusto Paulino?

( Canal de Moçambique, 19/03/09 )

Thursday 19 March 2009

Simango em Bruxelas em busca de inspiração para «engrandecer» MDM

O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, encontra-se em Bruxelas em busca de parcerias que permitam ao recém-fundado partido inspirar-se em ideias e ensinamentos na Europa que o "engrandeçam" na cena política moçambicana.

"Como partido político, temos de vir a Bruxelas no sentido de encontrar parcerias, e, neste caso concreto, estamos a tentar contactar o Partido Popular Europeu (PPE), estamos a tentar contactar algumas fundações e instituições vocacionadas que possam ter parcerias com partidos políticos, quer na formação, quer no treino", afirmou à Agência Lusa.

O objectivo, disse, é que o MDM encontre "uma plataforma colectiva de estar, uma forma colectiva de pensar", que no caso do Parlamento Europeu seria o PPE, a família política europeia com a qual o seu partido se identifica.

"O MDM quer-se inspirar nessa plataforma de estar, nessa plataforma de agir, para que colectivamente possamos fazer o aproveitamento de ensinamentos, de ideias, de modo a que possamos engrandecer aquele que é o grande objectivo do MDM", afirmou, apontando o desejo do partido de alcançar bons resultados nas eleições gerais - provinciais, presidenciais e legislativas - que terão lugar este ano em Moçambique.

O antigo responsável da RENAMO, partido do qual foi expulso, acrescentou que a deslocação a Bruxelas, onde permanecerá até sexta-feira, é também uma oportunidade para cumprimentar alguns parlamentares europeus e agradecer-lhes o esforço que fazem, recordando que há actualmente em Moçambique vários projectos financiados pela UE, e, no caso concreto da Beira - cidade de que é presidente da Câmara -, um projecto de saneamento financiado com 53 milhões de euros.

Daviz Simango falava após um encontro com o eurodeputado José Ribeiro e Castro, do CDS-PP - delegação integrada no PPE, tal como o PSD -, que classificou como "um homem muito experiente na vida política, que conhece muito bem África e que pode fazer alguns "lóbis"" para que o MDM possa estabelecer os tais contactos.

Por seu turno, Ribeiro e Castro considerou "da maior importância" as relações com o MDM, dado a criação deste partido, liderado por "uma personalidade emergente na vida política moçambicana", contribuir para o "desenvolvimento do processo democrático em Moçambique".

"Eu, com outros colegas, apoiamos os desenvolvimentos democráticos em África e, nomeadamente no meu caso, na África que se expressa em português", declarou.


FONTE: www.noticiaslusofonas.com .

"Totalitarismo" da Frelimo é também culpa da Renamo - Daviz Simango

A tendência de "totalitarismo" da Frelimo em Moçambique, onde professores são obrigados a sair do trabalho para irem a cerimónias públicas, é também culpa da má organização da Renamo, afirmou terça-feira o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Em entrevista à Lusa, em Lisboa, Daviz Simango, presidente da Câmara Municipal da cidade da Beira, e dissidente da Renamo, elege com principais bandeiras do seu partido o apoio ao desenvolvimento agrícola, habitação, repartição da riqueza e, além disso, tentar "acabar com a confusão entre o partido [no poder, a Frelimo] e o Estado".
"Hoje tem que se ter cartão vermelho da Frelimo para se ser director, para aspirar a cargos superiores, à progressão na carreira", criando desigualdade de oportunidades no acesso aos cargos públicos", denuncia.
O facto de "muitos membros do governo serem comissários políticos", mas membros da Frelimo, "cria descontentamento" entre quadros superiores ou pessoal académico que, alegadamente, teriam mais competência para o cargo. Segundo Simango, há células da Frelimo a funcionar em escolas e hospitais e os seus funcionários são obrigados a participar em determinadas cerimónias públicas, além de que os meios do Estado, como viaturas, acabam usados em "cerimónias partidárias". "O facto de permitir que professores e funcionários públicos tenham de ir ao aeroporto receber o chefe de Estado porque está a visitar uma província, e quem não vai apanha falta, demonstra a democracia que nós temos, totalitária", diz.
"Se as instituições públicas fecham porque o chefe de Estado está a atender ou a chegar, imaginem quantos doentes podem perder a vida porque os médicos foram ao aeroporto", ironiza. "É esta democracia que queremos inverter, torná-la efectiva", diz Simango.
"O professor que vai educar as nossas crianças tem que educá-las pensando na cidadania, no patriotismo, na moçambicanidade. Como é que um professor que se sente oprimido, na obrigação de se filiar num partido e falar dele na escola vai educar as crianças?", questiona.
Para o líder do MDM, que aguarda aprovação pela Comissão Nacional de Eleições, hoje a economia moçambicana está "no punho de três ou quatro pessoas no poder", e falta apoio a pequenas e médias empresas, as que "dão mais trabalho e oportunidades".
"Somos um país próprio para a agricultura, mas continuamos a importar. Isso traz problemas financeiros ao país, é preciso capacitar os agricultores através da mecanização, criar instituições afins que possam acompanhar a actividade agrícola, aconselhando, adquirindo produtos e, terceiro, transportar esses produtos para colocar no mercado". Quanto à habitação, diz, "é preciso criar condições para que os jovens que se formam, que acabam a escolaridade, tenham oportunidades para desenvolver uma nova vida. O Estado tem de criar condições, infra-estruturas, créditos bancários, para que esses jovens possam ter um futuro feliz".
Apesar desta defesa da intervenção estatal, diz, o MDM "está apostado na economia de mercado". A falta de qualidade da democracia moçambicana sente-se, diz, também dentro da Renamo, onde "falta cultura de diálogo" e se prossegue "à deriva". "Enquanto estive lá dentro tentamos introduzir dinâmica no partido, valorizar a oportunidade que tínhamos, com políticos e governantes, de elevar o bom-nome da Renamo, infelizmente não fomos compreendidos. Talvez porque as pessoas não entenderam que a política é uma dinâmica", afirma. Os resultados das autárquicas - em que a Renamo perdeu as cinco autarquias que tinha - mostra que o partido "está mal".A diferença entre o seu movimento e a Renamo, afirma, é justamente "uma democracia interna muito rígida", patente na eleição do líder por voto secreto e limitação a dois mandatos consecutivos.
Para Simango, o risco de fortalecimento da Frelimo por via de uma divisão da oposição não existe, e a prova foi a vitória nas autárquicas na Beira. "Os votos do candidato independente superaram Renamo e Frelimo juntos. É um sinal claro de que o eleitorado sabe o que quer. Não olha para a divisão da oposição como forma de escolher os seus dirigentes. A candidatura do MDM vai buscar votos da oposição, do partido do poder, e da abstenção - as pessoas que não votaram, que não gostam de votar", afirma.
Para Simango, "a Frelimo está no poder por culpa das oposições".
"A Renamo não teve estratégia e capacidade e desejo de ganhar o poder. Não se pode ir às eleições sem fiscais, indicando candidatos à hora de fecho, de forma desorganizada, sem material de propaganda. Aí há grande culpa", defende.

LUSA - 18.03.2009, citado em www.macua.blogs.com .

Novo partido quer evitar vitória da Frelimo por mais de dois terços - Daviz Simango

Evitar que a Frelimo obtenha mais de dois terços dos votos nas próximas eleições é o principal objectivo do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), liderado por Daviz Simango, que admite "pressões" para avançar nas presidenciais contra Guebuza. "Gostaríamos de ter um número aceitável para evitar os dois terços [dos votos para a Frelimo]. Pelo menos um terço devíamos ter. Aliás, se conseguirmos rapidamente avançar com o programa que temos, eventualmente podemos surpreender", afirmou Simango, ex-dirigente da Renamo, em entrevista à Lusa em Lisboa.
Segundo Simango, só daqui a dois ou três meses haverá uma decisão do conselho nacional sobre o candidato presidencial, embora diga que o partido tem de ter mais do que uma cara. "Se for o desejo da maioria que concorra, o Daviz Simango vai ter de dizer sim ou não, analisar o que é bom para o partido: se vale a pena concorrer só nas legislativas e provinciais, ou se tem de concorrer com uma cara que vai à frente para puxar o próprio partido", afirma o autarca da Beira, reeleito como independente nas últimas autárquicas, em Novembro passado, após ter sido afastado pela Renamo.
"A partir de uma certa altura da vida acabamos sendo influenciados pelas massas. Acabamos pertencendo às massas e não a nós mesmos. O partido vai ter de auscultar as bases, a população, e ver prós e contras e definir o candidato. Vamos ver o futuro", diz Simango. Para o líder do MDM, o novo partido "tem quadros capazes" e "tem de existir pelo colectivo".
Depois de Lisboa, Simango vai à Bélgica, Holanda, Suécia e Alemanha, com o objectivo de "arregimentar" a comunidade moçambicana no exterior para o seu partido e de obter apoios junto de outras formações políticas. Em Portugal, admite ter uma "boa relação" com o Partido Popular, que "é preciso ver como capitalizar", e beneficia do apoio do empresário Jaime Nogueira Pinto, accionista da maior empresa de segurança de Moçambique (Moseg), uma das maiores empregadoras do país. O partido, ainda à espera de aprovação pela Comissão Nacional de Eleições, está a preparar-se internamente para as eleições: já decidiu que avança sozinho, mas admite acordos pós-eleitorais com todos os partidos, inclusivamente a FRELIMO. "Qualquer pacto que seja para o interesse do moçambicano, o MDM estará disponível para assinar. Não interessa de quem é o projecto. Se for submetido e se entendermos que é para o interesse nacional, vamos aprovar e colaborar", afirma Simango.
Para o líder do MDM, "são bem-vindos" todos os pequenos partidos da oposição, incluindo o do ex-dissidente da Renamo Raúl Domingos, Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, com quem tem havido contactos e até conjugação de esforços.
"Temos dialogado com vários pequenos partidos da oposição. Participaram na nossa assembleia constitutiva, temos criado uma força de união, penso que no futuro haverá boas notícias no sentido de juntarmos esforços", adianta. Confiante na capacidade do novo partido queimar etapas e "surpreender", Simango mostra-se, no entanto, preocupado com a independência dos órgãos eleitorais moçambicanos, e relata casos de pessoas não inscritas a votarem e de presidentes das mesas a inutilizar votos.
"Apanhámos pessoas que vinham de sítios fora da área da autarquia [da Beira], confessaram perante as câmaras, tinham sido trazidas pela Frelimo. E o que aconteceu depois disso? Há imagens, há testemunhos claros! A procuradoria não se pronunciou, a Justiça não se pronunciou, e a coisa andou", afirma. Nas últimas autárquicas, "reportámos vários casos de fraude e infelizmente não vimos a Justiça a agir contra os autores, o que cria fragilidades" no processo eleitoral.
"Isto significa que enquanto as estruturas da Justiça não se virem livres das amarras partidárias, vamos ter problemas no país", afirma.

LUSA - 18.03.2009, citado em www.macua.blogs.com .

Hoje há poesia

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre ( parte do poema "Trova do vento que passa") .

Wednesday 18 March 2009

Portal provisório do MDM



Leia e divulgue o Portal do MDM: www.mdmwiki.wetpaint.com .


MOÇAMBIQUE PARA TODOS!

Daviz Simango na Europa

Daviz Simango esteve a noite passada em Sintra para a cerimónia de geminação entre as cidades de Sintra e Beira.
O Edil da Beira e líder do MDM prossegue o seu périplo pela Europa, deslocando-se ainda hoje a Bruxelas.
Em Bruxelas, Daviz Simango fará uma intervenção no plenário do Parlamento Europeu intitulada “Uma nova visão para Moçambique”.

Novo partido apresenta-se ao presidente do parlamento português

Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), nova força política em formação no país, reuniu-se hoje com o presidente do Parlamento português, Jaime Gama, depois de ter sido recebido pelo Partido Socialista e Partido Social-Democrata.


"Estamos a apresentar-nos a dizer aos grandes partidos portugueses que o MDM é um partido novo e que queremos trabalhar com todo o mundo para garantir os laços de amizade" entre os dois países, disse à Lusa Simango, autarca da cidade da Beira, após o encontro de mais de meia hora com Jaime Gama.

Para Simango, o facto de ser recebido pelo presidente da Assembleia da República não significa por si só um encorajamento ao processo de criação do novo partido, constituído em grande parte por dissidentes da Renamo, partido da oposição de que era dirigente.

"Eu tenho dupla função, na qualidade de autarca, e é natural que as pessoas vejam [encontros] com bons olhos e queiram apertar a mão", afirma o presidente do município da Beira que foi reeleito em Novembro como independente após ter sido afastado da Renamo.

"Nós não viemos pedir que [o presidente do Parlamento] esteja do nosso lado, mas dizer que somos o MDM, pertencemos a um movimento novo, explicar a situação real em que surge este movimento em Moçambique e garantir que, apesar de sermos um partido novo, continuamos a defender os laços" entre Moçambique e Portugal, disse à Lusa.

Antes do encontro com Jaime Gama, Simango esteve reunido com os responsáveis das relações exteriores do PS e do PSD, afirmou.

O encontro com o Partido Popular, referiu, deverá ter lugar apenas no regresso do "périplo" europeu de Simango, iniciado em Lisboa, e que prevê ainda passagens pela Bélgica, Holanda, Suécia e Alemanha.

O objectivo é contactar a comunidade moçambicana local e recolher apoios que permitam disputar as diversas eleições previstas para este ano.

FONTE: www.noticiaslusofonas.com , 17/03/09.

Hoje: Gonzaga Coutinho na RTP



Gonzaga Coutinho, artista natural da Beira mas radicado em Portugal, estará hoje no programa da RTP "Portugal no Coração", com apresentação de João Baião, entre as 16 h e as 18h.


Saiba mais sobre este artista em http://www.gonzagacoutinho.com/.




Tuesday 17 March 2009

MDM: De novo a esperança

O último fim de semana virou o país político para a Beira, a segunda cidade de Moçambique rigorosamente ao centro.
Um congresso bem preparado e sobretudo bem concorrido transformou um movimento em torno do “mayor” Daviz Simango num novo partido político.
Com o advento da democracia multipartidária é normal o surgimento de novos partidos políticos. Contudo, o que dá um significado especial ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o seu potencial de crescimento.
O “timing” da criação do partido é importante. Nasce da vitória de Simango nas autárquicas da Beira, onde concorreu contra os candidatos dos dois partidos mais importantes de Moçambique.
Estamos em ano de eleições o que, sem perigo de cansar o eleitorado, dá a possibilidade de o partido se apresentar pela porta grande.
Porém, o potencial do partido não pode ser confundido com implantação, votos e novos deputados como os mais românticos imaginam.
Num espectro social e político onde os discursos da Frelimo e Renamo deixaram de ser eminentemente ideológicos, o MDM e os seus líderes, não fazem necessariamente ultrapassagens à esquerda ou à direita do “establishment” partidário. Mas podem fazer a diferença pela forma de fazer e estar na política.
Numa sociedade doente, onde o caciquismo e o clientelismo político assumiu graus triste e notoriamente elevados, sensibilizar pela idoneidade, transparência e democracia de métodos de trabalho parece ser uma alternativa importante.
Estando a juventude em divórcio aberto com a política, um discurso de esperança e de regresso à democracia dos pequenos actos é importante.
E é isso que incomoda os dois grandes partidos. E é por isso que se apressaram a criticá-lo.
A nova formação tem passos importantes a dar se não quiser ser apenas mais um partido.
Tem de saber alargar o seu eleitorado para além do perímetro urbano da Beira e partir à conquista de Sofala. Depois, deve explorar franjas de descontentamento em círculos eleitorais como a Zambézia e Nampula, as províncias que fornecem o maior número de deputados ao parlamento. Em estratégia minimalista é possível criar um pequeno grupo de qualidade no parlamento. Para preparar o caminho para 2014. Aí sim, Daviz Simango, sendo filho de quem é, tem possibilidades reais de ser uma alternativa aos candidatos do “establishment”. Mas é preciso resistir à impaciência dos excluídos que procurarão empurrar Simango para a ribalta em 2009, na certeza de procurarem obter dividendos a curto/médio prazo.
Simango, fresco de uma vitória histórica e inspiradora da possibilidade de políticas independentes e alternativas no país, não pode ser candidato a uma derrota no fim do ano.
A sua meta, tal como a meta de muitos jovens que ainda acreditam na vitalidade do exercício de uma cidadania activa, a sua meta deve ser 2014.
Não é fácil resistir a emoções e imediatismos.
Há um longo caminho e há a morte extemporânea na praia, na berma da estrada.
Daviz Simango e os seus companheiros, prometendo uma nova forma de estar na política, têm de encontrar os caminhos sábios de transmitir a tantos outros milhares de moçambicanos a esperança de um recomeçar de novo.
De ideias e valores.
Para que o país cresça e avance.

( Editorial do SAVANA, 13/03/09 )

Monday 16 March 2009

Moçambique: Líder do Movimento Democrático apresenta novo partido para travar actual situação política

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O autarca que fragmentou a hegemonia da FRELIMO nas eleições municipais moçambicanas, Daviz Simango, quer evitar uma “democracia monopartidária” e eventuais alterações na Constituição que defendam “interesses pessoais partidários”, mensagens que vai transmitir em Lisboa.
Simango, líder do recém-criado Movimento Democrático Moçambicano deverá chegar domingo a Lisboa para contactos políticos e com compatriotas para dar a conhecer o novo partido.
O político moçaambicano deveria ter chegado hoje a Lisboa, mas uma avaria no avião da TAP adiou a viagem em pelo menos um dia.
O autarca foi reeleito no ano passado como presidente do município da Beira, mas desta vez concorrendo como independente.
Contra todas as expectativas e a dias de terminar o prazo para a apresentação das assinaturas necessárias para a formalização de candidaturas, Simango viu o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, retirar-lhe o apoio. A RENAMO acabou por perder todos os cinco municípios que conquistara em 2003.
Os promotores do movimento que levou Daviz Simango à sua recandidatura, na sua maioria personalidades descontentes com o actual rumo da RENAMO, transformaram o grupo no partido político Movimento Democrático Moçambicano.
Em Portugal, o autarca tem previstos encontros com as câmaras municipais de Sintra e Santa Maria da Feira para a eventual assinatura de acordos.
Estão ainda agendadas reuniões com representantes do PSD e do PS, contactos com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e com os gabinetes do primeiro-ministro, José Sócrates, e do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Além da procura de "alguns parceiros políticos", Simango também quer fazer pré-campanha eleitoral junto dos seus compatriotas para assegurar a eleição de um deputado pelo círculo europeu nas próximas eleições gerais.
Em declarações à Lusa, Daviz Simango lembrou que o seu partido foi fundado pela necessidade de mais respostas para os moçambicanos em termos de "alternância política".
"Se eventualmente continuarmos no estado em que estamos e, tendo em conta os resultados das eleições municipais, o país pode estar mergulhado numa situação de uma democracia monopartidária, o que não ajuda ao desenvolvimento e à participação dos moçambicanos na vida quotidiana", afirmou.
O líder partidário entendeu que o seu partido pode preencher um vazio e evitar que suba ao poder um partido com "uma maioria de dois terços, que possa mexer na Constituição da República, introduzir algumas inovações que possam defender os interesses pessoais partidários".
Assumindo "não ser fácil" ser oposição, os moçambicanos têm agora "obrigação de inverter o cenário".
"Se o cenário prevalecer, em parte seremos culpados. O Movimento Democrático vem para que amanhã os moçambicanos não assumam a responsabilidade de não terem feito algo contemplado na Constituição da República, que permite formações políticas e, sobretudo, para que o governo democrático seja sério dentro das expectativas e esperança dos moçambicanos", acrescentou à Lusa.
(LUSA)

Daviz Simango e MDM abrem frente da diáspora europeia


“Temos na Assembleia da República o círculo da Europa, temos este ano eleições e vamos também ao encontro dos candidatos do MDM para concorrerem pelo círculo da Europa às próximas eleições legislativas” – presidente do «Movimento Democrático Moçambicano» Em entrevista exclusiva ao «Canal de Moçambique» Daviz Simango explica porque ele e o MDM vão concorrer às eleições presidenciais e legislativas deste ano.
Maputo (Canal de Moçambique) – O almoço organizado pelos moçambicanos na diáspora com o propósito de homenagear em Lisboa o presidente do recém criado MDM – Movimento Democrático Moçambicano, teve de ser ontem adiado por Daviz Simango e os seus dois acompanhantes, os deputados da Bancada Parlamentar da Renamo-União Eleitoral Ismael Mussa e Agostinho Ussore, que viajam “a titulo particular”, terem ficado retidos em Maputo no sábado devido a uma avaria grossa num avião da companhia aérea portuguesa TAP que só ontem partiu com destino à capital lusa.
O presidente do Conselho Municipal da Beira, engenheiro Daviz Simango, momentos antes do embarque para Lisboa assegurou ao «Canal de Moçambique» que no regresso do último destino périplo que o levará a ele e à sua comitiva a vários países, designadamente nórdicos, vai voltar a Lisboa e o encontro com os moçambicanos e luso-moçambicanos em Lisboa vai realizar-se. Apontou para o fim do corrente mês, na capital portuguesa, “no sábado dia 28”.
Daviz Simango, que agora é simultaneamente presidente do Município da Beira e presidente do MDM explicou ao «Canal de Moçambique» o propósito desta deslocação: “O Movimento Democrático de Moçambique acaba de nascer na cidade da Beira, a 7 de Março. Dentro do programa de actuação política fomos instruídos para lançar o MDM pela Europa para fazermos chegar ao conhecimento da diáspora moçambicana e futuros parceiros, organizações políticas, organizações não governamentais e outras instituições, os nossos grandes objectivos. Temos na Assembleia da República o círculo da Europa, temos este ano eleições e vamos também ao encontro dos candidatos do MDM para concorrerem pelo círculo da Europa às próximas eleições legislativas”. Nesta digressão o presidente do MDM e do Município da Beira anunciou que visitará Portugal, Bélgica, Comissão Europeia, Países Baixos, Suécia e Alemanha, a convite de várias entidades. “Voltamos a Lisboa e a 28 deste mês teremos então o almoço com os moçambicanos residentes em Portugal, na diáspora, e outros nossos amigos”.
“Queremos encontrar os nossos candidatos para concorrerem para o círculo da Europa na Assembleia da República. Em Berlim e Amesterdão também haverá almoços com os moçambicanos ai residentes”, anunciou ainda o candidato do MDM à próximas eleições presidenciais, com data ainda por marcar mas que deverão, por força da Constituição realizar-se ainda este ano.
O MDM e os ditos “saudosistas”
«Canal de Moçambique? - Já se ouvem vozes, principalmente dos círculos do partido Frelimo, a acusar que o almoço, o encontro com os moçambicanos na diáspora, em Lisboa, “é um encontro com os saudosistas do passado”. O que tem a dizer sobre isso?
Daviz Simango, presidente do MDM - “A Constituição de Moçambique está clara. Permite que os moçambicanos residentes no exterior, quer na Europa quer em África possam votar e ser eleitos para a Assembleia da República e o MDM quer fazer uso dessa abertura democrática consagrada na Constituição da República e valorizar esses nossos compatriotas.
” «Canal de Moçambique» - Outra questão: há também vozes que criticam o facto do presidente do MDM estar a começar por visitar o estrangeiro antes de começar pelas províncias. Como responde a isso?
Daviz Simango - “Conseguimos esta oportunidade há uma semana e pouco. Eu tenho de ir a vários países na minha qualidade de presidente do Conselho Municipal da Beira e aproveito o meu tempo para trabalhar o máximo possível. Já nesta terça feira vou assinar um acordo de geminação com a Cidade de Sintra. Para além disso vamos assinar um acordo com a câmara de Santa Maria da Fé. Na Alemanha temos um grupo de jovens que tem apoiado muito a Beira e vamos visita-los. No final do mês tenho uma reunião dos municípios em Lisboa, a 26 e 27. Vamos encontrar com o Parlamento Europeu, e vamos encontrar com a AWEPA.”
Ainda é cedo para Daviz Simango concorrer à Presidência da República?
«Canal de Moçambique» - Dizem que é cedo para o presidente do MDM concorrer à Presidência da República. É mesmo cedo ?
Daviz Simango - O MDM é um movimento, é um partido politico dentro dos termos que a Constituição da República nos oferece e é nessa base que vamos actuar. Se nos compararmos com uma equipa de futebol recém constituída é a mesma coisa que estarem a dizer a essa equipa para não jogar futebol. Porque será? Só se chama equipa àquela que participa no campeonato. O MDM já passou a existir para participar no campeonato. O MDM só será um partido politico sólido se participar no campeonato nacional que neste caso são as eleições”.
«Canal de Moçambique» - Porque tanto “medo” de certos observadores que o MDM e o eng.º Daviz Simango participem? Será porque gostam muito de si e do MDM e têm medo do que vos possa acontecer de mal, ou estão mesmo com medo de si e do MDM, do que possa ser a surpresa dos vossos resultados eleitorais?
Daviz Simango - A experiência mostra que quando um adversário entra em campo com possibilidade de vencer um campeão é lógico que o campeão comece a tentar desvalorizar o novo adversário e comece com estas coisas, do género de dizer que não deve jogar e outras coisas mais. Mas o MDM vai a jogo seguramente para disputar com tudo e com todos”.
Expulsão de Raul Domingos e PDD
- Porque é que quando foi da expulsão de Raul Domingos da Renamo e da criação do PDD os mesmos observadores diziam que Raul Domingos e o PDD deveriam organizar-se rápido para entrar nas eleições e agora se ouve esses mesmos observadores dizerem o contrário?
Daviz Simango - Porque todo o mundo sabe, e os moçambicanos sobretudo sabem que nós somos suficientemente fortes porque fazemos o que prometemos. Essa é a grande questão! E é talvez porque nós fazemos mesmo que existe esse receio do nosso cometimento com Moçambique.
Registo oficial do MDM
«Canal de Moçambique»- O MDM já está inscrito oficialmente como partido politico? Já está legalizado no Ministério da Justiça?
Daviz Simango - Os meus assessores informaram-me hoje que esta próxima quarta-feira vão tentar dar entrada ao expediente . Está tudo organizado. Andámos à procura dos registos criminais e outros documentos e agora está tudo pronto. Tínhamos inclusivamente de deliberar, antes, o que é que o MDM vai ser e quer fazer. Já realizámos a assembleia constitutiva e neste caso estamos agora em condições de avançar porque isso já foi deliberado pelos membros do MDM. Nós somos executivos e já temos mandato para tratar do registo do movimento, do partido.
«Canal de Moçambique»- E quanto tempo vai demorar?
Daviz Simango - O mais tardar um mês, pensamos. Eventualmente mais qualquer coisa, dois meses…O que posso garantir é que quando regressarmos ao país, a nossa aparição pública vai ser no dia 13 de Abril. Vamos avançar para alguns distritos de Sofala e logo a seguir rumamos para a província de Nampula. O resto do país segue-se. Neste momento já temos um membro da Comissão Politica do MDM a caminho da província de Tete e temos outra equipa que já amanhã, segunda-feira (hoje) segue para a província de Manica. Os membros da Comissão Politica foram distribuídos por províncias e todos eles estão a trabalhar”.
A CNE e a data das eleições
«Canal de Moçambique» - Acha que a CNE vai propor a antecipação das eleições para vos impedir de se organizarem, isto é reduzir o tempo para vocês se organizarem por forma a beneficiar com isso a Frelimo? Ou o presidente da CNE não é pessoa para se meter em coisas dessas, não é pessoa para esses fretes?
Daviz Simango - Eu penso que o presidente da CNE é uma pessoa idónea, é uma pessoa com responsabilidades, mas acreditamos que possa haver qualquer eventualidade, qualquer pressão política que possa empurrar para essa hipótese. No entanto devo dizer que o MDM o que precisa é de apenas deste próximos dois meses (Abril e Maio) para se registar. O resto a gente vai fazer – vamos à frente…”

(Fernando Veloso, Canalmoz, 16/03/09 )


NOTA:
Tudo muito claro e bem esclarecido!