Tuesday 30 September 2008

Mão estranha ameaça Estado de Direito

Temos em nosso poder uma prosa, cujos autores - Assembleia Geral Ordinária da Confederação das Associações Económicas de Cabo Delgado, CAECAD – chamam de acta, de 2/2008, lida no encontro promovido pela Primeira-Ministra, aos 18 de Setembro do corrente ano, com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, CTA. É uma afronta à lei, portanto, inaceitável num Estado de Direito. A CTA e quem anuiu a leitura da carta fazem campanha de conspiração contra os que não pactuam com ilegalidades.
Aos esquecidos e mal intencionados recordar que, num Estado de Direito, impera a lei. Ela está acima de qualquer outro interesse. Num Estado de Direito ninguém está acima da lei. Todos os cidadãos são iguais perante a lei. Os interesses tanto particulares como públicos devem sujeitar-se à lei. Não nos admira que os novos ricos protestem contra a lei por estarem habituados a fazer o que melhor lhes convém.
Assistimos a devastação das dunas das nossas praias e a discriminação racial que acontece nas estâncias turísticas, exibindo, impunemente, a placa no black allowed (proibido a pretos) ou ainda pior no black children allowed (proibido a crianças negras). Em 2005, a governadora de Maputo, Telmina Pereira, quis mandar demolir casas construídas por cima das dunas, porém, a mão estranha – governantes corruptos - impediu-a de aplicar a lei.
Tais práticas não são combatidas por quem tem o dever profissional de impedir, alegadamente, para não afugentar o investimento e não permitirem que moçambicanos sejam discriminados na sua própria terra. É estranho que a reunião da CAECAD tivesse lugar no Pemba Beach Hotel – um antro de racismo e contratação ilegal de trabalhadores estrangeiros – para reclamar contra aplicação da lei. Se isso não for estranho para os seus mentores, para nós é mau. Só pode ser a mão estranha que faz governantes ficar moles, surdos, mudos e cegos perante atropelos à lei.
Nenhum investimento deve ser autorizado a operar quando viola as leis nacionais. A inspecção do Trabalho na província de Cabo Delgado desvendou graves ilegalidades protagonizadas por empresários que reclamam a aplicação da lei. Gostariam eles de pagar salário abaixo do estipulado por lei. Não hesitam em abandonar seus trabalhadores feridos, em serviço. Poupariam se não dessem protecção nem assistência previstas na lei. Colectar as contribuições dos trabalhadores para engordar seus bolsos seria maningui nice.
Alguns empresários multados, conscientes do mal praticado, começaram a pagar as multas aplicadas, enquanto outros, assistidos pela mão estranha, desenvolvem conspiração, denegrindo a inspecção. Fazer cumprir a lei não é uma verdadeira campanha pessoal. Querem Moçambique sem fronteiras nem leis dissuasoras. Querem uma república das bananas onde o cumprimento da lei seja um acto voluntário. Outros interesses estranhos movem os autores dos protestos. Gostaríamos de saber quem patrocina os protestos desses empresários.

(Edwin Hounnou, na Tribuna Fax de 22/09/08)

Monday 29 September 2008

Governo está "arrasca"

A prisão, no dia 22.09.2008, do exministro do Interior, Almerino Manhenje e oito seus amigos, acusados de desfalque de 220 milhões de meticais, incluindo o PCA do Instituto Nacional de Segurança Social, Armando Pedro, é visto como resultado da pressão da comunidade doadora e de consubstanciar o discurso de combate à corrupção. A Suécia e Noruega anunciaram cortes substanciais do seu apoio ao orçamento do Estado, por falta de avanços, no combate à corrupção, em Moçambique.
A ministra da Função Pública, Vitória Diogo, revelou, em entrevista à TVM, que, no ano passado, expulsou quase 900 funcionários, por indisciplina, mau comportamento, absentismo. Em nenhum momento disse ter encaminhado à Procuradoria casos de roubos de fundos públicos, apesar de estarem a ocorrer todos os dias. Diogo lança poeira aos olhos do povo para impressionar alguém. A TVM, por razões ainda por descortinar, voltou a pôr no ar esta publicidade enganosa. Sugerimos, oportunamente, ao PCA da TVM, para poupar os telespectadores com brincadeiras.
O governo combate o polícia de trânsito que pede refresco ao automobilista, para anular a multa. Ao professor primário que quer mata-bicho, para deixar o menino transitar de classe. Castiga ao enfermeiro que solicita oriento ao paciente para não bichar. A detenção de funcionários da primeira linha é um sinal de que o aviso dos doadores vai continuar a fechar as torneiras que jorram leite e mel que engordam os novos ricos. Se medidas enérgicas de combate à corrupção não forem tomadas, os momentos mais difíceis estarão próximos e o governo sairá derrotado da sua pena com gente corrupta.
Ficou mal a defesa pública, na TVM, proporcionada pelo antigo chefe do Estado, Joaquim Chissano, a favor dos detidos, sugerindo que aguardassem julgamento em liberdade, comparando a situação com a do líder do ANC, da África do Sul, Jacob Zuma. Esta comparação é absurda e inoportuna. Siba-Siba Macuácua foi morto por cobrar dinheiros roubados ao Estado. O governo de Joaquim Chissano fingiu perseguir os assassinos, quando, de facto, enganava o povo. Até ensaiou ajuda de peritos sul-africanos.
Recentemente, foram absolvidos, pelo tribunal, oito cidadãos indiciados no suposto atentado à vida do marido da Primeira-Ministra, depois de oito anos de reclusão. Ninguém ouviu Chissano a solicitar que aqueles cidadãos aguardassem julgamento em liberdade. Gostaríamos que todos os corruptos, com provas documentadas, fossem encarcerados, julgados e condenados. A prisão de Manhenje e seus comparsas na suposta roubalheira dos fundos do Estado no Ministério do Interior, é uma amostra não significativa dos roedores do bem comum.
Continuamos insatisfeitos com a Procuradoria Geral da República devido ao seu fraco desempenho no combate à gatunagem, nas instituições públicas. Empresas fantasmas de dirigentes são infiltradas nas instituições do Estado para sugarem fundos. Foi assim como roubaram no Ministério do Interior. Vimos isso, recentemente, no INSS.

(Edwin Hounnou, na Tribuna Fax com a data de 29/09/08)

Sunday 28 September 2008

Meditação dominical




Aos Domingos, costumo colocar neste espaço algo que inspire e/ou faça pensar. Hoje, sem querer fugir ao tema e porque acredito ser importante meditarmos em certas coisas que preocupam os democratas, deixo aqui em baixo duas opiniões que carecem de profunda meditação.

NOTA: Esta foto foi tirada na minha recente visita a Maputo num dos sítios emblemáticos para mim, Jardim dos Namorados.

Incesto consumado! Obrigado papa Dhlakama

Ou, Roteiro do Velório em câmara ardente

Como era previsto, o Presidente da Renamo acabou mesmo expulsando Davis Simango da Renamo, confirmando por outro lado a candidatura de Manuel Pereira pela Renamo.
Ao assim proceder, Afonso Dhlakama, Presidente da Renamo, acaba de fazer algo que mais gosta: afundar a própria Renamo, cimentando por outro lado o seu reinado. Dhlakama acaba também de lançar mais um recado aos intelectuais e todos aqueles que clamam pela mudança dentro do Partido: aqui mando eu. Ou obedece, ou expulso-te.

Consequências de curto, médio e longo prazos

1

Os cinco deputados mais cotados da Renamo irão declarar-se independentes brevemente, como forma de manifestar a sua indignação em relação ao despotismo praticado pelo papá Dhlakama. Isso obviamente, terá implicações muito graves no desempenho da Renamo nas próximas sessões da Assembleia da República. António Namburete, já que é candidato oficial da Renamo pela cidade de Maputo, permanecerá calado até perder as eleições a favor de David Simango em Novembro próximo. Depois, também se juntará ao grupo. Se não for por livre vontade, será por vontade do líder, já que Dhlakama tem um especial pavor por intelectuais e pessoas letradas.

2

Na Beira, Simango e Bulha levarão vantagem em relação a Manuel Pereira. Sem recursos, a Renamo perderá as eleições. Bulha com a máquina do Governo provincial e central bem como do Partido Frelimo, levará a campanha eleitoral mais cara de sempre! Bulha não poupará seus recursos pessoais para ganhar pela primeira vez a Beira. Para Bulha, Beira constitui um dos achievements políticos que o levará às nuvens. E para a Frelimo arrancar a Beira da Renamo, constituirá um marco fundamental, rumo à maioria qualificada nas gerais de 2009! Terá apoio pessoal de Filipe Paúnde, como SG e de toda máquina propagandística, incluindo alguns colunistas do Noticias!
Por seu turno, Davis Simango, com o Município nas mãos e toda a infra-estrutura política da Renamo, terá mais para redistribuir do que Manuel Pereira. Usará como é mister recursos humanos e materiais do Município (carros, salas de reunião, chefes do bairro, etc.) ao serviço da sua campanha. A propósito, quantos mais membros deverão ser expulsos do Partido, já que a maioria dos apoiantes de Simango são da Renamo? Haverá outros Conselhos nacionais para expulsar os restantes? Quando?
Em Novembro, ou Bulha, ou Simango Goevrnará a Beira. Será o princípio do fim da Renamo, rumo a derrota final em 2009.
Mesmo que Simango perca (50% de probabilidade) o Grupo de Reflexão e Mudança constituirá a principal força de oposição na Beira e a Renamo a terceira. Haverá balanço de poder na Assembleia e a Frelimo não terá maioria absoluta para governar livremente. Terá assim que cortejar a GRM.

3

Sem Beira nem bastião e com menos deputados na Assembleia da República (provavelmente 80-83 contra os actuais 90); desorganizada e com poucos recursos, assim irá a Renamo as eleições gerais de 2009.
Sabendo que um dos aspectos que penaliza a Renamo em pleitos eleitorais é a falta de organização e escrutínio pelos seus membros, nas Assembleias de Voto bem como a montagem de um sistema de contagem paralela (factores que ditaram em grande medida a vitória de Davis na Beira. Na Zambézia, deveu-se ao empenho pessoal dos deputados Manuel Araújo e Carlos Colaço e sua equipa) a Renamo consentirá a pior derrota de sempre. Por outro lado, a Frelimo obterá pela primeira vez, a maioria absoluta! Sim maioria absoluta! Aí sim, Afonso Dhlakama descansará em paz! Terá conseguido o que sempre quis em 30+ anos de militância.

4

Por causa da derrota, Dhlakama encenará uma reorganização político-partidária para, alegadamente revitalizar as bases. Mas antes demitirá Mazanga do cargo de Porta-voz. Mais uma vez viajará para Quelimane – cidade Santa – (em 2010 ou 2011), para um Congresso, onde dará o último golpe a todos aqueles que ele achar constituírem ameaça. Redistribuirá cargos de chefia pelos seus yessmen. Recuperará figuras outrora por ele marginalizadas mas que teriam se mantido calados.
Ao longo de todo este processo sempre haverá espaço para um e outra reunião de fachada, seja para redistribuir dinheiros, seja para demitir um e outro. Em 2009 Dhlakama dirá que as eleições foram fraudulentas. Só que ninguém lhe prestará ouvidos. A SADC como sempre, declarará as eleições livres, justas e transparentes mesmo antes dos postos de votação fecharem.
Diplomaticamente, Dhlakama estará isolado em 2009. Financeiramente continuará a ganhar como líder da oposição; fará parte do Conselho do Estado e continuará a manter os seus homens armados em Maríngue.
Só que para estes, a Frelimo tem um plano: a cidade se lhes aproxima a cada dia que passa. E o rádio que Dhlakama os proibia de escutar em tempos de guerra, está todo o dia ao ouvido destes. Ouvem e sabem a cada dia que passa, que o seu mestre os ludibria; que há oportunidades sérias e duradoiras para além de Dhlakama. E um dia não mais haverá homens armados. E não será preciso a FIR. O desenvolvimento do país se encarregará em desmantela-los.
Politicamente, Afonso Dhlakama estará cada vez mais fraco. Pela primeira vez na História, teremos um Dhlakama protestado pelas bases. E a Junta para a Salvação da Renamo ganhará coerência. Tarde ou cedo, PDD e Renamo fundirão num partido só. Desta vez sem Afonso Dhlakama. Mas para que isso aconteça teremos que aguardar por uns 15-20 anos, ou 4 eleições gerais. Até que alguém declare-se incapaz de dirigir o partido, por força da natureza.
PS: Há uma coisa que não consigo entender no caso Davis-Dhlakama: Será que Lutero Simango vive neste planeta? Estranho o seu silêncio e serenidade ante o assassinato político do irmão mais novo, com o agravante de ter sido ele que o convidou à vida política! Lutero Simango, diga algo! É seu irmão Davis! Acima de tudo. Acima do seu sucesso.

FONTE: www.ideiasdemocambique.blogspot.com

NOTA: Uma opinião perturbadora, concordemos ou não isto não é ficção científica!

Dhlakama deixou-se enganar!


Fernando Mbararano, Faque Fararia, Lucas Machava e Manuel Bissopo mentem quando dizem que as bases da Renamo pedem para que troque Davis Simango por Manuel Pereira. O tempo vai provar que o Presidente foi fintado ou finge que está sendo enganado por gananciosos. A fúria dos beirenses tem razão. Como jogar ao lixo o melhor edil do País? O Presidente deveria deixar de ouvir fofoqueiros, relançando o partido para combates eleitorais.
O que está a acontecer não honra a Renamo. Mancha a imagem do presidente. Ninguém confia em si, porque, hoje, diz uma coisa, amanhã, afirma outra, mas, contrária. Simango não é nenhum perigo para o líder como pensam os fofoqueiros. Há muita gente a dizer que o líder tem medo da projecção que Simango tem. É verdade mesmo? É uma pergunta e perguntar não ofende. Se for verdade, fique tranquilo que se trata de mentira de perigosos mutantes.
A competência de Dhlakama como comandante da guerrilha é inquestionável. Em nome dos sem voz, estamos reconhecidos, por ter combatido o sistema comunista, que havia sido implantado na nossa terra. Quem lhe escreve a carta é um amigo que o admira, que não consegue ficar calado perante erros imperdoáveis que vem cometendo.
A história regista que grandes homens, com impactos fortes para seus países, são pessoas humildes que se curvam quando se reconhecem errados. A vida ensina que, só, se ergue quem sabe as razões que o levaram ao chão. Os orgulhosos não fazem história. O presidente tem cometido erros graves que custam caro à democracia.
Simango é um exemplo de uma administração isenta e competente que a Renamo deveria acarinhar. Quando os mais dedicados são sacrificados, a Renamo fica esquelética. A riqueza de um partido reside nas qualidades humana e intellectual dos seus quadros. A história não reza engraxadores que facilitam o retorno ao monopartidarismo.
Os caluniadores não explicam ao líder a razão dos constantes desaires eleitorais do partido? Dizem que Dhlakama é o melhor líder do mundo. Não dizem que a base rural da Renamo está sendo assaltada nem que o partido não aproveita o potencial das elites urbanas. Não exigem congresso nem questionam o défice democrático. Sabem dizer que Simango estava a preparar um golpe ao presidente num hipotético congresso. Será por isso que o tal congresso vem sendo adiado?
Retirar Manuel Pereira da corrida da corrida é sinal de humildade e reconciliação com as bases do partido. A gente diz que o presidente foi comprado pela Frelimo. Será verdade ou é mentira? O entusiasmo das pessoas em relação à figura do líder tem vindo a baixar, de forma drástica, por perder eleições de maneira estranha.
A Renamo precisa evitar o que acaba de acontecer com a UNITA, em Angola. Envolvida em lutas intestinais, deixou o processo entregue ao MPLA, que cozinhou os resultados como lhe convinha. Se a postura do presidente Dhlakama não for alterada, os acontecimentos de Angola, serão reeditados em Moçambique.


( Edwin Hounnou, A Tribuna Fax, 15/09/08 )

NOTA: Os sinais e avisos são bem evidentes! Se houvesse transparência e humildade....

Saturday 27 September 2008

Humor: Solução para Moçambique?

Na prova do Curso de Química, foi perguntado:
-Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?
Resposta de um aluno:
- Colocar UM dos NOSSOS POLÍTICOS num TANQUE DE ÁCIDO para que DISSOLVA, é uma DISSOLUÇÃO. Colocar TODOS, é uma SOLUÇÃO!

Porque Tsvangirai assinou o Acordo com Mugabe


Recebido via e-mail, desconheço a fonte.

Thursday 25 September 2008

Renamo desintegra-se

BEIRA – Depois de Daviz Simango a candidatar-se como independente, para o município da Beira, mais dois membros seniores da Renamo seguem seu exemplo, nos municípios de Marromeu, em Sofala, e Gurué na província da Zambézia.
Trata-se de Camiro Dambe, exguerrilheiro da Renamo que, Segundo soube o A TribunaFax, foi promulgado pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, STAE, e pela Comissão Nacional de Eleições, CNE.
Dambe era vereador para a área de Urbanização, Água e Saneamento, no Conselho Municipal de Marromeu e, porque não gostou da posição tomada pelo líder, Afonso Dlakama, de manter o actual edil para concorrer à sua sucessão decidiu avançar com sua candidatura independente.
Dambe foi proposto pelo Grupo para Mudança de Marromeu, GMM, um movimento criado dentro da Renamo para combater aquilo que chamaram de ditadura do líder da Renamo. Dambe diz estarem criadas condições para vencer o pleito autárquico, pois, goza de aceitação, no seio dos munícipes daquela autarquia.
“Decidi desafiar o partido, porque o dirigente máximo da Renamo não gosta da democracia. Não se realizaram eleições internas, porque o presidente Dhlakama decidiu manter o João Germano, actual edil para se recandidaturar. Vou ganhar as eleições e envergonhar o partido”, disse Dambe, frisando que a sua candidatura foi aprovada depois de reunir acima de 600 assinaturas das 180 exigidas. Caso vença, tudo fará para mudar a face do município que, segundo a fonte, está em péssimas condições.
Uma ex-deputada do partido de Afonso Dhlakama, Isabel Lino, considerada dama-de-ferro, vai concorrer como independente, para o município de Gurué, província da Zambézia.
Toda a documentação de Isabel já deu entrada nos órgãos eleitorais. Fontes que apoiam a ex-deputada contaram que a candidata vai ser apoiada por uma coligação denominada União para a Mudança, dirigida por Carlos Reis, presidente da União Nacional Moçambicana, UNAMO. (R)
FONTE: TRIBUNA FAX, de 22/09/08

Wednesday 24 September 2008

Perdiz: o símbolo e a legalidade


De acordo com a oportuna explicação do sempre atento Reflectindo, (confira em www.comunidademocambicana.blogspot.com), o Artigo 10 dos Estatutos da Renamo, revela que a Perdiz “simboliza a identidade, autenticidade, a negação da subjugação e a afirmação da Liberdade”. Este Artigo 10 dos Estatutos da Renamo é bem claro!
Os pseudo-democratas decidiram usar esse mesmo Artigo contra Daviz Simango e ele está interdito de usar os símbolos da Renamo na sua campanha, medida que abrange os seus apoiantes. O ridículo da situação é que continuaremos a ver esses símbolos nos comícios de Simango pelo simples facto de que os seus apoiantes são maioritariamente membros e simpatizantes da Renamo. Quem os pode impedir? É incontestável que a verdadeira Renamo está com Simango, os intriguistas querem atirar areia para os olhos do Povo!
Analisando com atenção este Artigo 10, torna-se evidente que Daviz Simango tem toda a legitimidade em usar orgulhosamente a Perdiz. Simango representa “ a identidade, autenticidade, a negação da subjugação e a afirmação da Liberdade”.
Eu não sou jurista, mas prosseguindo nesta linha de pensamento, torna-se demasiado evidente que a maioria dos que estiveram em Quelimane, incluindo a liderança, não podem usar a PERDIZ, se usarem esse símbolo devem ser processados judicialmente por uso abusivo e ilegítimo de um símbolo que não lhes pertence, pois contrariam o significado desse mesmo símbolo.
Estou errado?
TRIBUNAL COM ELES!

Tuesday 23 September 2008

Este blog recomenda-se

Já há muito tempo que conheço os escritos de Josué Bila, via e-mails encaminhados por mão amiga, e os seus artigos impressionam-me pela lucidez e profundidade do seu pensamento. Em boa hora, Bila resolveu abrir um blog onde poderemos emcontrar artigos estimulantes.
Eis Josué Bila em sua próprias palavras:

Mocambicano, de nacionalidade. Actualmente, estou no exilio academico-teologico-filosofico, em Sao Paulo. Sonho individual: que seja cultural e intelectualmente cosmopolita. Sonho pro-colectivo: que os mocambicanos, todos, um dia sejam cidadaos. Penso que, hoje por hoje, sao habitantes. A maioria dos mocambicanos vegeta bastante. Sonho, ainda, para que se estabeca a justica social, em todo o planeta. O portugues Boaventura de Sousa Santos e o norte-americano Richard Falk propoem ideias brilhantes na luta pela justica social e no escangalhamento hegemonico do norte, que dilapida, carcome e aleija as aspiracoes dos excluidos do mundo.

Delicie-se com este trecho do artigo intitulado: “Moçambicanos: habitantes ou cidadãos?”

Em meio ao debate moçambicano, vítima da nudez intelectual e preconceito político-ideológico, posso parecer herético e reaccionário-oposicionista, ao afirmar que, no nosso país, superabundam habitantes que cidadãos. Meu argumento básico surge da supernotável diferença comportamental entre habitantes e cidadãos. Moçambique tem um pouco mais de 20 milhões de habitantes. Isso não pressupõe que tenha, em essência, igual número de cidadãos, porém.

... comecemos, hoje, a industrializar bugalhos-habitantes; amanhã, longínquo, transformar-se-ão em alhos cidadânicos, certamente. Deste modo, Moçambique vai tornar-se liberdade. Hoje, Moçambique é antónimo de liberdade. O que é indesejável. O desejo é que Moçambique seja liberdade. Liberdade significa aceitarmos ser dominados pela ética e respeitarmos o nosso próximo na mesma proporção que desejamos ser respeitados e cumprir as leis republicanas, construindo e solidificando aquilo que o filósofo Emmanuel Kant apelidara de “República Moral”.

Monday 22 September 2008

Conselho Nacional da Renamo pronuncia-se sobre Daviz Simango


O Engenheiro Daviz Mbepo Simango, que já está inscrito na Comissão Nacional de Eleições como candidato a suceder a ele próprio nas 3.ªas Eleições Autárquicas já marcadas para 19 de Novembro próximo, levou o Conselho Nacional da Renamo, reunido sexta e sábado em Quelimane, a alegar que o ainda Edil da Beira já não faz parte do “baralho” da responsabilidade da Direcção do Partido Renamo.
Na tarde de ontem o «Canal de Moçambique» tentou obter a “resolução” do Conselho Nacional daquela organização política sobre a desavença entre as bases da Renamo na Beira e a Direcção do Partido, suscitada pelo facto das bases terem dado, em massa, suporte à candidatura de Daviz Simango à sua própria sucessão e a Direcção da Renamo ter indicado Manuel Pereira como candidato oficial do partido a edil da Beira.
Duas versões
Há duas versões a correr sobre o caso Daviz Simango. Uma diz que o Conselho Nacional expulsou o edil da Beira por este ter avançado com uma candidatura independente e outra que diz que ele saiu sozinho do partido. Falta conhecer exactamente os termos da resolução tomada pelo Conselho Nacional.
Contactada Ivone Soares, porta-voz do Gabinete Eleitoral da Renamo, ela disse que só Fernando Mazanga, na sua qualidade de porta-voz da Direcção do Partido poderia fornecer ao «Canal de Moçambique» a resolução sobre o caso mas que não tinham nem fax nem internet para nos poderem enviar para Maputo. Ela frisou, no entanto, que Fernando Mazanga era a pessoa autorizada a divulgar a “resolução” mas que se encontrava em reunião.
O anúncio do afastamento oficial de Daviz Simango do partido foi feito pelo próprio líder daquela formação política, Afonso Dhlakama, no acto de encerramento do Conselho Nacional da Renamo, sábado à noite, na capital provincial da Zambézia.
“Os membros do Conselho Nacional, de boa-fé interpretando os estatutos do partido e analisando, viu-se que o nosso irmão Eng. Daviz Simango abandonou o partido Renamo por livre vontade. Tendo feito isto e aderindo a um grupo Reflexão e Mudança que está inscrito na Comissão Nacional de Eleições, significa que está num outro grupo que tem fins políticos” – disse Afonso Dhlakama num discurso feito de improviso tentando demonstrar que ele próprio, o presidente do Partido não tem nada a ver com a posição tomada pelos membros do Conselho Nacional a que por sinal preside nos termos dos Estatutos que constam do Boletim da República de 22 de Agosto de 1994, segundo nos informou Ivone Soares.
Para Dhlakama, os tais conselheiros da Renamo analisaram de forma “democrática” os estatutos da Renamo e “viram que não tinham outra maneira porque o nosso irmão infelizmente abandonou o partido por sua livre vontade”.
Segundo o presidente da Renamo, Daviz Simango foi igualmente intimado pelos ditos conselheiros, a não usar os símbolos do Partido Renamo a partir daquele momento em que Dhlakama discursava.
“Os conselheiros decidiram ainda que a resolução seja distribuída a todos os órgãos do partido, membros, simpatizantes e a população em geral” referiu Dhlakama.
Dhlakama “carimba” as opiniões de Mbararano e seus seguidores
Entretanto, o “Canal de Moçambique”, que se fez presente em Quelimane por um seu colaborador, soube de fontes próximas ao Conselho Nacional da Renamo, que decorreu à porta-fechada, que na realidade, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama carimbou as opiniões emitidas por um grupo onde se destacavam figuras como Fernando Mbararano, delegado político da Renamo na província de Sofala, brigadeiro Moisés Machava, membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, e Fernando Carrelo, que se perfilam na linha da frente contra o actual edil da Cidade da Beira.
Entre os argumentos apresentados pelos indivíduos que previamente foram inscritos para usar da palavra durante o encontro, foi nota saliente que Daviz Siamngo estaria a preparar “um golpe contra Afonso Dhlakama na liderança do Partido e que para tal contava com vários grupos de membros da Renamo espalhados no país e na vizinha África do Sul”.
Foi ainda dito que Daviz Simango pertence ao Partido de Convenção Nacional (PCN) e que o mesmo usou a sua influência como edil da Beira para alimentar as suas ambições políticas. Este facto só por si faz com que se questione se ele de facto é do PCN porque se discute no Conselho Nacional da Renamo a sua expulsão ou se fala em auto-afastamento.
Seja como for foi com estes argumentos que se acabaria por justificar o que uns dizem ter sido a “expulsão” de Daviz Simango da Renamo e outros digam apenas que “ele saiu sozinho”.
As mesmas fontes do «Canal de Moçambique» que estiveram presentes nas reuniões do “Conselho Nacional” à porta fechada, disseram-nos igualmente que a maior parte dos membros do Conselho Nacional da Renamo presentes, incluindo alguns dos poucos intelectuais do partido que lá estiveram, optaram pelo silêncio, alinhando apenas com palmas de aprovação do que já estava traçado e não havia como impedir dado não ter sido dada a possibilidade de alguém se pronunciar sem estar sujeito a consequências.
Foi-nos contado que Afonso Dhlakama já teria lançado, logo no primeiro dia do encontro, achas na fogueira contra Daviz Siamngo, quando no momento em que se procedia à análise da situação política no país, referiu que nem na Frelimo a sucessão do poder está a ser feita sem ser entre as figuras da velha guarda, numa clara alusão à passagem da liderança de Joaquim Chissano a Armando Guebuza, e sem se pensar que essa possibilidade seja admitida a qualquer outra figura mais jovem.
Dhlakama é citado como tendo questionado os porquês da Frelimo não ter entregue o poder ao antigo ministro da Agricultura, Helder Muteia, que se chegou a atrever a candidatar-se a candidato a presidente da Frelimo que acabaria por resultar numa espécie de suicídio político que acabaria por levar Muteia a emigrar. As palavras de Dhlakama, contextualizadas, foram para as fontes do «Canal de Moçambique» presentes na sala onde decorreu a 10ª Sessão do Conselho Nacional da Renamo, uma espécie de recado que o presidente passou aos presentes para lhes dizer que a sua liderança no partido não pode ser sequer discutida.
Dhlakama chegou mesmo a dizer em frente de câmaras de televisão que de facto ele é um “ditador”.
Além do caso Daviz Simango, o Conselho Nacional da Renamo abordou também a questão da participação daquele partido nas eleições autárquicas que se avizinham e passou em revista a actual situação política e económica que o país atravessa.
Sobre as eleições autárquicas, Afonso Dhlakama disse que o Conselho Nacional da Renamo “deliberou que gostaríamos de ganhá-las”. “Não dizemos ganhá-las em todos os 43 municípios, mas aumentar os 5. Não sabemos para quantos. Para tal temos que ir trabalhar”, concluiu Afonso Dhlakama.
Legitimidade dos membros do Conselho Nacional
A legitimidade dos membros do Conselho Nacional da Renamo e do próprio presidente do partido está agora a ser posta em causa por alguns membros do partido nas bases.
Confirmando-se que no Conselho Nacional de Quelimane os presentes se socorreram dos estatutos do partido para afastar Daviz Simango da organização ou para sustentar que de acordo com eles Simango não poderia ter-se candidatado como independente, agora está a ser questionado, pelas bases do partido, que legitimidade legal terão os membros do Conselho Nacional da Renamo para se dizerem membros daquele órgão quando eles devem ser eleitos pelo congresso do partido de cinco em cinco anos e a Renamo não realiza qualquer congresso de 2001. O próprio presidente do partido, segundo os mesmos estatutos obrigam, é eleito em congresso e há sete anos que não se realiza qualquer congresso. Sendo assim começa-se inclusivamente a questionar se o presidente do partido tem ainda alguma legitimidade para deliberar seja o que for.
As bases da Renamo na Beira reivindicam para si toda a legitimidade de agir como bem entendem e a continuar a apoiar a candidatura independente de Daviz Simango à sua própria sucessão como presidente do Município da Beira.
Um quadro da Renamo na Beira, do grupo dos que apoia a candidatura do Eng. Daviz Simango como independente mas em nome informal das bases da Renamo, disse ontem ao «Canal de Moçambique», na Beira, que pelo facto dos membros do Conselho Nacional da Renamo estarem “fora de prazo” assiste às bases do partido na Beira continuarem a promover a “desobediência democrática” por alegadamente eles serem membros de base do partido, com cartões assinados pelo presidente e pelo secretário-geral, e como tal não carecerem de mais legitimidade do que essa para alegarem que são eles os únicos que estão em condições legais para indicar quem querem que seja o candidato a edil da Beira apesar de haver quem tenha inscrito outro nome como candidato oficial do partido.
“Não vou recuar”
No seu último pronunciamento público, perante cerca de cinco mil pessoas, entre pessoas das chamadas “bases” da Renamo na Cidade da Beira e munícipes daquela que é a segunda maior cidade do país, que lotavam no passado dia 17 de Setembro o pavilhão de desportos do Clube Estrela Vermelha, Daviz Simango reiterou que não vai recuar independentemente da decisão que o Conselho Nacional da Renamo haveria de tomar sobre o seu futuro na Renamo.
“Como vosso filho não vou recuar. Aprendi a não ter medo. Por isso não tenho medo. Contem comigo para tudo o que vier à frente” dizia Simango prevendo já o que haveria de lhe acontecer no encontro que culminou este fim-de-semana com o seu afastamento da Renamo.
“As pessoas que não acreditam num povo, as pessoas que não respondem ao choro de um povo, são aquelas que andam por aí escondidas. Eu Daviz Simango farei o que o povo mandar”- referiu. Simango aproveitou ainda a ocasião para apelar para que cada um dos presentes trabalhe no seu bairro e no seu local de residência com sentido de vitória de modo a que quando chegar a data das eleições autárquicas no dia 19 de Novembro próximo, “as pessoas que não acreditam neste povo, chorem para sempre”.
“Quero agora cantar e dançar porque sei que neste mundo não estou sozinho”, frisou depois Daviz Simango, fortemente correspondido pelos presentes.
Daviz Simango continuava na altura a dizer que é membro de base da Renamo e prometia apelar ao voto na Renamo para que esta vença a maioria como bancada na Assembleia Municipal da Beira.
Como surgiu a Reflexão pela Mudança?
Simango disse há dias ao «Canal de Moçambique» que ele apenas se serviu do facto do Grupo Reflexão para a Mudança estar legalizado, para poder, dentro do reduzido espaço de tempo que por lei restava para qualquer candidato poder legalizar a candidatura junto da Comissão Nacional de Eleições. Segundo ele não havia maneira de se inscrever, de acordo com as exigências legais, se ainda tivesse que promover a legalização de um grupo de munícipes para patrocinarem a sua candidatura como independente. “O tempo era muito curto”.
Daviz Simango afirmou por outro lado que o Grupo de Reflexão para a Mudança não candidata ninguém à Assembleia Municipal da Beira pois a ideia é apoiar a lista da Renamo para que possa vencer as eleições e ter maioria folgada para lhe permitir que possa continuar a governar a Beira com tranquilidade.
Dhlakama na Beira esta semana?
O «Canal de Moçambique» soube, entretanto, que Afonso Dhlakama poderá estar de visita à Beira ainda esta semana para promover a candidatura de Manuel Pereira, candidato oficial da Renamo.
A visita do presidente do partido que até aqui sempre reivindicou que a Beira é o seu grande bastião, se se concretizar a visita esta semana à capital de Sofala, irá permitir aferir o grau de simpatia que ainda tem e ainda quais as reais possibilidades que Manuel Pereira pode alimentar no pleito que se avizinha.

(Redacção / Zaqueu Ndawina) - CANALMOZ, 22/09/08

Sunday 21 September 2008

Quelimane: o Carnaval e as máscaras


Quando me perco nas minhas reminiscências, algumas das imagens recorrentes fazem parte da minha idílica infância passada na Zambézia, embora essas imagens não sejam muito claras quase cinco décadas mais tarde. Ficou sempre em mim o desejo de visitar essas maravilhosas paragens e tenciono concretizar esse sonho um dia.
Sei que em tempos longínquos, Quelimane foi famosa por ter o melhor Carnaval de Moçambique, com os cortejos, festas e máscaras. Não sei se Quelimane ainda mantém algumas dessas tradições, mas este ano o Carnaval chegou à cidade muito mais cedo.
Acontece que um grupo de foliões esteve em Quelimane neste fim-de-semana com a finalidade de se divertirem e entreterem a opinião pública, encetando uma caça às bruxas e cometendo suicídio político, tudo em nome da democracia.
Quelimane, amada Princesa do Zambeze, perdoa, tu não mereces ser palco de manobras sujas, mas há uma realidade inescapável: depois do Carnaval, as máscaras são inúteis. Caíram as máscaras em Quelimane, os intriguistas e oportunistas foram desmascarados, sabemos bem quem são os anti-democratas e o panorama político em Moçambique jamais será o mesmo!

Meditação dominical

LINDOOO! SEM PALAVRAS!!!
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O Pedreiro

Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar... Ele informou o chefe do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com a família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afectada pela saída do pedreiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projecto, como um favor.
O pedreiro não gostou mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a ideia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.
Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída.Depois de inspeccioná-la, deu a chave da casa ao pedreiro e disse:
-Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você!
O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente…
O mesmo acontece connosco…
Nós construímos a nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás.Você é o pedreiro! Todo dia martela pregos, ajusta tabuas e constrói paredes. Alguém já disse que: 'A vida e um projecto que você mesmo constrói.Suas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a 'casa' em que vai morar amanhã. Portanto construa com sabedoria!

Saturday 20 September 2008

Humor sem limites

NOITE DE NÚPCIAS


Um tipo está a jogar ténis e leva uma bolada forte no pênis, causando um “trauma muscular peniano”. Em agonia, dirige-se ao medico:
- Doutor, veja o que é que pode fazer por mim... Vou casar no final dasemana; a minha noiva é virgem e não posso decepcioná-la.
- Não se preocupe, vou tratar de si de maneira que esteja tudo em ordem para o dia do seu casamento.
Então, pega 4 pauzinhos, que habitualmente são usados para examinar agarganta dos pacientes e, com fita adesiva, consegue prendê-los aoredor do pénis, de forma a recuperar a rigidez do mesmo.
O tipo não conta nada à noiva, casam-se, e na noite de núpcias, já naprivacidade do quarto, a noiva fogosa arranca os botões da blusa e mostra-lhe os peitos, exclamando:
- És o primeiro! Nunca nenhum homem tocou estes seios!Para não ficar atrás, o noivo abre a braguilha, baixa as calças e exclama:
- Olha, estás a ver? Ainda está encaixotado!!!
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CALOR E FRIO APÓS O SEXO

Um casal de idosos vai ao médico. Ao terminar o exame, o médico pergunta ao velhinho: 'Sua saúde parece boa. O senhor tem alguma pergunta, ou existe alguma coisa que o preocupa?
- 'Na verdade, existe', diz o velhinho. 'Depois de fazer sexo com minha esposa, em geral sinto muito calor depois da primeira, e, depois da Segunda, sinto muito frio.
O médico diz que nunca ouviu falar disso e vai pesquisar. Em seguida, o médico examina a velhinha, e diz: 'Tudo está muito bem com a senhora. Existe alguma coisa que a preocupa?
A senhora diz que não tem nenhuma pergunta ou preocupação. O médico então diz a ela:
'Seu marido diz ter um problema um pouco estranho. Ele disse que sente muito calor depois de fazer sexo a primeira vez, e que sente muito frio depois da segunda. A Sra. Tem do porquê?
'Oh, aquele velho maluco!' responde ela. 'É porque a primeira é em Julho, e a segunda, em Dezembro!'
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SHORT JOKE

A 3-year-old boy examined his testicles while taking a bath.'Mum',he asked,'Are these my brains?
''Not yet,'she replied.

Friday 19 September 2008

Olhos postos em Quelimane





Tem hoje início em Quelimane a reunião da Comissão Nacional da Renamo, encontro esse que se prolongará até à próxima Segunda-Feira.
Esta importante reunião acontece num momento em que a Renamo passa por uma grave crise, precipitada pela nomeação de Manuel Pereira como candidato à edilidade da Beira, afastando desse modo Deviz Simango, que irá concorrer como independente. O mal estar dentro da Renamo já se faz sentir há algum tempo, vindo a público acusações de inércia, lutas intestinais e atitudes anti-democráticas.
O caso Deviz Simango será um ponto quente deste encontro pois as declarações de alguns líderes fazem crer que ele poderá ser expulso do Partido. Entretanto, sabe-se que a liderança tem sido avisada sobre as graves consequências da possível expulsão de Simango. Espremos que o bom senso prevaleça!
Outros assuntos que serão discutidos são o custo de vida e o fosso entre ricos e pobres, as eleições em Angola e Zimbabwe e a nomeação de Afonso Dhlakama como candidato às próximas eleições presidencies. Será também aprovada a estratégia para as próximas eleições. Especula-se que seja abordada a questão do próximo Congresso, Congresso esse que tem sido repetidamente adiado.O grande interesse desta reunião é saber se haverá debate e consenso ou se servirá apenas para carimbar decisões já tomadas por um grupo restrito de pessoas. Veremos, estamos atentos!

Tuesday 16 September 2008

Mbuzini mais uma vez

Tupolev Aterrou em Mbala com Excesso de Peso


Sérgio Vieira alega que a tripulação não queria viajar de noite. Contrariando o superior hierárquico, o chefe da segurança do voo diz que os pilotos russos tencionavam voar através da província de Tete.



A viagem de Samora Machel à Zâmbia no dia 19 de Outubro de 1986 era para ser feita num Boeing-737 da LAM, tendo como piloto o Comandante Sá Marques. Por decisão do Ministério da Segurança, alteram-se os planos, sendo o voo atribuído à tripulação soviética que para tal utilizaria o Tu-134A. A medida reflectia a situação tensa que reinava em Moçambique. Cerca de uma semana antes, o Ministério da Segurança havia emitido um comunicado, alertando o País para a iminência de “um ataque directo” do regime do apartheid contra Maputo (subentenda-se, na criptologia Frelimo, a descoberta de uma conspiração no seio das Forças Armadas de Moçambique para derrubar o Presidente Samora Machel).

Ao que consta, a mudança repentina colheu o Presidente Samora Machel de surpresa. Ao dirigir-se da Sala VIP para a placa do Aeroporto de Maputo, o chefe de Estado moçambicano, ao reparar que o Tupolev ali se encontrava estacionado, terá questionado, “então é neste avião que vamos?” Os recentes incidentes envolvendo a aeronave presidencial em Cabo Delgado, com a primeira-dama a bordo, certamente pairavam na memória do presidente.

Embora tivesse sido reabastecido no dia anterior, o Tupolev voltaria a meter combustível nos tanques ao efectuar uma escala técnica em Lusaka, menos de duas horas após de ter descolado de Maputo. Efectivamente, em Lusaka o Tupolev presidencial foi reabastecido com 7620 kg de combustível. Isto faria com que a aeronave, ao aterrar em Mbala pelas 11 horas da manhã, estivesse com excesso de peso (para cima das 43 toneladas), o que não era permitido para poder efectuar uma aterragem em segurança na pista dessa Base Aérea zambiana. Este, um dos muitos erros cometidos pela tripulação ao longo da viagem, tanto na ida como no regresso a Maputo, mas que a União Soviética insistiu que fosse omitido do Relatório Factual elaborado por peritos sul-africanos, moçambicanos e soviéticos integrados na Comissão de Inquérito instaurada pela África do Sul. O facto é relatado por Des Lynch, um dos investigadores sul-africanos, num manuscrito intitulado, Investigating C9-CAA – The true events of the investigation into the aviation accident in which President Samora Machel died. Lynch refere que a referida comissão teve de ceder às exigências da União Soviética pois receava que Moscovo viesse a dar ordens aos seus peritos para que não assinassem o Relatório Factual se esse pormenor constasse deste documento base das investigações sobre o acidente de Mbuzini.

A escala técnica efectuada em Lusaka serviu, no entanto, para ilustrar as intenções de voo do comandante do Tupolev. Ao reabastecer o avião em tão curto espaço de tempo depois da descolagem da capital moçambicana, o comandante deixava claro o seu objectivo de regressar a Moçambique num voo directo, Mabala-Maputo, sem escala técnica ao longo do percurso. Um outro factor indicativo dessa sua intenção foi o pedido feito à Torre de Controlo de Lusaka para subir até aos 3,700 metros depois de descolar de Mbala, precisamente para poupar combustível.

Estes factos contrariam uma versão, posta a circular anos mais tarde em Maputo, por um antigo funcionário do Ministério da Segurança, sobre o não reabastecimento do Tupolev para o voo de regresso a Moçambique. Em declarações ao semanário Embondeiro, por ocasião do 18° aniversário do acidente de Mbuzini, Fernando Manuel João, que desempenhou as funções de chefe de segurança do voo de 19 de Outubro de 1986, dizia que “os pilotos russos tencionavam viajar até à província moçambicana de Tete, no centro do País, uma vez que o combustível era muito pouco.” Acrescenta Fernando João, que foi um dos sobreviventes do desastre: “Mas Samora Machel negou, dizendo que tinha que estar em Maputo naquela noite. Usou-se assim o pouco combustível de reserva. O Presidente nem precisou de consultar alguém pois era comandante-em-chefe.”

Trata-se, pois, de uma tentativa de sectores afectos ao Ministério da Segurança moçambicana, de desculpabilizar, por intermédio de um sobrevivente, a tripulação do Tupolev, quando a responsabilidade pelo reabastecimento adequado da aeronave cabia a ela própria, não estando, portanto, dependente da alegada teimosia de um dos passageiros, independente de ser comandante-em-chefe. Aliás, é de duvidar que a troca de palavras entre os pilotos russos e o Presidente Machel tivesse tido lugar no momento da partida de Mbala, pois a intenção para um voo directo, sem escala técnica, já havia sido tomada antes pela tripulação ao reabastecer a aeronave em Lusaka, no voo de ida. E a inconsistência das palavras do referido ex-funcionário do Ministério da Segurança moçambicano, voltou a estar em evidência quando o seu superior hierárquico, em declarações recentes ao semanário O País, tentava desculpabilizar a tripulação soviética de uma outra forma, acabando até por provocar a ira da antiga primeira-dama moçambicana. Disse o então ministro da segurança, Sérgio Vieira:

“Samora Machel queria voltar a Maputo porque havia um aniversário que queria celebrar. Na volta, à porta do avião, o comandante disse: ‘Eu tenho ordens para não viajar à noite.’ Ele disse: ‘Ordens de quem?’. O piloto respondeu: ‘Dos ministros da Defesa e da Segurança’. Samora disse: ‘Eu sou o comandante-em-chefe’.”
E remata Sérgio Vieira: “Se o comandante do avião fosse um civil, teria recusado, mas como era um militar, deu continência ao presidente e obedeceu às suas ordens.”

Fernando João, Sérgio Vieira, dois antigos responsáveis do sector da segurança, duas versões diferentes com um mesmo fim em mente: ilibar uma tripulação culpada do acidente de Mbuzini, em que um diz que os pilotos até estavam dispostos a voar através de Tete, e outro afirma que a tripulação tinha relutância em descolar de Mbala ao cair do dia.

E Sérgio Vieira volta a contrariar os factos, quando, na mesma entrevista afirma que a tripulação havia telefonado de Mbala para Maputo, “a informar que estavam a descolar e não havia como voltar para trás, porque o comandante-em-chefe dera ordens”.

Na altura do acidente de Mbuzini não havia telemóveis que permitissem comunicações como as que sugere Sérgio Vieira, nem tão pouco o Tupolev estava equipado com o sistema SATCOM, que utiliza comunicações via satélite, segundo declarou ao ZAMBEZE Luís Brito Dias, antigo piloto da LAM. Dias salientou que “a incapacidade do Tupolev de comunicar com quem quer que fosse é confirmada por nem sequer ter conseguido transmitir o Plano de Voo Mbala-Maputo.” Dias acrescentou ter desempenhado, “diversas vezes, as funções de Co-piloto e Comandante de Voos Presidenciais e nunca me lembro de termos transmitido antes da partida as nossas intenções de voo. Pelo contrário, era tudo mantido em sigilo não fossem os sul-africanos interceptarem as comunicações. Eu voei como Co-piloto com o Samora e pelo que os meus colegas também contavam na altura ele até era uma pessoa muito disciplinada quanto a voos presidenciais. Nunca soube que ele interferisse na condução dos voos.”

De facto, o Relatório Factual acima referido fornece com pormenor toda a aparelhagem existente no avião, e desta não consta nenhum aparelho de comunicações que permitisse à tripulação do Tupolev contactar Maputo no momento da descolagem. Se de facto houve o telefonema alegado por Sérgio Vieira, é estranho que na primeira comunicação entre o Tupolev e a Torre de Controlo de Maputo, após o avião ter entrado no espaço aéreo moçambicano, a tripulação tivesse sentido necessidade de informar que levava a bordo o “No. 1”, ou seja, o Presidente Samora Machel.

ZAMBEZE – 11.09.2008

Sunday 14 September 2008

A saga dos cartoons






No passado Domingo, o semanário sul-africano “Sunday Times” publicou um cartoon que continua a provocar controvérsia.
O conceituado desenhador, Jonathan Shapiro, conhecido pelo nome de Zapiro, desenhou Jacob Zuma desabotoando as calças, pronto para violar uma mulher. Essa mulher representa o sistema judicial e ela está no chão, dominada por quatro homens, representando, da esquerda para a direita, Julius Malema da Liga Juvenil do ANC, Gwede Mantashe do ANC, que incentiva o chefe, Blade Nzimande do Partido Comunista e Zwelinzima Vami do COSATU, a central sindical.
O desenho reflecte a percepção do cidadão comum de que Zuma e os seus apoiantes têm abusado o sistema judicial. Zuma aparece com um chuveiro na cabeça em referência a um outro caso em que ele afirmou que se um homem tiver relações sexuais com uma mulher com a SIDA, não ficará infectado.
As reacções a este desenho não se fizeram esperar, os apoiantes de Zuma acusam Shapiro de racista e outros críticos afirmam que o desenho ofende as mulheres.
Jonathan Shapiro afirma que pensou muito bem antes de publicar este desenho e acha inaceitável que certos politicos se sintam intocáveis. Este desenhador ao longo dos anos tem publicado cartoons controversos.
Alguns dias depois, Zapiro publicou basicamente o mesmo desenho no “Mail & Guardian”, apenas com a diferença de que Zuma afirma: “Antes de começar devo dizer que te respeito”, a propósito de certas declarações proferidas por Zuma. Curiosamente, esse semanário saíu no mesmo dia em que Zuma foi ilibado das acusações que pendiam sobre ele.
Na edição de hoje do “Sunday Times”, Zapiro publicou outra versão do desenho, onde desta vez se vê Thabo Mbeki pronto para violar a mesma mulher, representando o sistema judicial, dominada por outras personagens próximas de Mbeki, em referência ao caso de Zuma em que Mbeki é acusado de ter interferido com o processo, o que lhe vai causar sérios problemas.Eu sou um acérrimo defensor da liberdade de expressão e penso que o grau de democracia num País se avalia pela tolerância em relação a estas situações. Felizmente que Shapiro não vive em Moçambique onde certamente seria acusado de crime contra a segurança do Estado.

Ser feliz é uma decisão!

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo-Egipto, com a finalidade de visitar um famoso sábio.
O turista se surpreendeu ao ver que o sábio vivia num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobiliário eram uma cama, uma mesa e um banco.
_ Onde estão os seus móveis? – perguntou o turista.
E o sábio, rapidamente também perguntou:
_ E onde estão os seus…?
_ Os meus? Mas estou aqui somente de passagem! – surpreendeu-se o turista.
_ Eu também… concluiu o sábio.

A vida na terra é somente temporária. Sem dúvida, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente e se esquecem de ser felizes.
O valor das coisas não está no tempo que duram, e sim na intensidade com que sucedem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Você pode ser feliz hoje…
E viver cada dia…
É uma decisão…

SEJA FELIZ HOJE!

Saturday 13 September 2008

Publicidade

Anúncio em plena Av. Angola (Alto Maé)



Medico tradicional que acaba de xegar de Nampula! Veio pra ajudar
você: cura quase tudo!

1. Faz scapar condenção de juiz no tribunal;

2. Faz aquele que não da filho dar filho;

3. Faz devolver aquilo que roubaram ou fica maluco;

4. Tem remédio para homem que já dexou de ser homem levantar e ser
homem outra vez;

5. Faz aumentar bicho de homem para mulheres gostar ;

6. Faz diminuir xixi de mulher para homens gostar muito ate eskecer em casa ;

7. Tem remédio de separar casal para ficar com mulher ou marido dele;

8. Tem remédio pra quando dormir com mulher ou marido de dono não ser
descoberto;

9. Tem remédio para homem ficar muito tempo dentro da mulher;

10. Faz meninas parecerem bonitas e ser gostado por todos os homens;

11. Cura doenças venerea que se apanha quando faz asnera de adultos;

12. Ajuda mulheres pra os marido lhe dar muito dinhero;

13. Cura doença dos pulmõs;

14. Faz passar de classe estudantes que no estuda ;

15. Ajuda fazer tese de mestrado (MBA) em um mes .

Já esteve em muitos paises internacionales entre eles:Chimoio, gurue,
niassa, tete, maxixe, zandamela, xocué e boane!


Recebe 50% no dia do tratamento os outros 50% recebe quando cliente ja
estar bom;

Dr. Taibo Hamad Abdulah
Avenida de Angola, perto do canhoero ver placa amarela!

Thursday 11 September 2008

Divagações amarguradas

O momento de agitação política resultante da insensata decisão de substituir Daviz Simango por Manuel Pereira como candidato da Renamo para a edilidade da Beira, tem causado graves mazelas à causa da democracia em Moçambique.
O argumento de que as bases devem ser consultadas na escolha dos candidatos é um princípio democrático válido, deveria ser mesmo assim. O problema é que as tais bases que escolheram Manuel Pereira são invisíveis e as verdadeiras bases garantem que sempre apoiaram Daviz Simango. Quem afirma que a agitação na Beira é obra de um punhado de indivíduos que temem perder privilégios, está a brincar com a verdade. Mais grave ainda, as bases não foram ouvidas em outras localidades, porque teria de ser diferente na Beira? Cheira a esturro!

Não se sabe exactamente o que causou esta reviravolta, pois recentemente a Renamo tinha divulgado que Simango seria o seu candidato. Infelizmente, a única pessoa que poderia explicar cabalmente este imbróglio, já não pertence ao mundo dos vivos. Quando as coisas não são explicadas, cria-se a impressão de que se trata apenas de uma tramóia para servir interesses mesquinhos. A falta de transparência é inaceitável num Partido que se afirma como democrata e que se apresenta como alternativa política.

Os mesmos argumentos foram usados pela Frelimo quando preteriu Eneas Comiche, a diferença é que o Partidão sempre usou o jogo sujo e anti-democrático, as decisões superiores devem ser acatadas sem discussão, nada de novo aqui, Comiche será recompensado pelo seu silêncio. O modus operandi da Renamo jamais se poderia confundir com a Frelimo, um Partido democrático tem de estar sempre num patamar ético superior.

Sem querer entrar em questões de Semântica, gostaria de lembrar algo muito importante: as palavras ALTERNÂNCIA e ALTERNATIVA não são sinónimas. A alternância política acontece quando os Partidos se revezam no exercício do poder, consoante a vontade do Povo, é um conceito democrático que devemos ambicionar para Moçambique. Alternativa está conotada com MUDANÇA e acontece quando um Partido apresenta um projecto diferente, se não for assim a alternância política não faz sentido, seria perpetuar um sistema de governação em que apenas mudam as caras dos governantes. Se a Renamo persiste em copiar os erros da Frelimo, jamais sera alternativa credível, o Povo não aceitará alternância sem mudança.

Como não houve transparência, correm várias versões sobre os motivos desta decisão bizarra e a Imprensa livre não tem poupado críticas à liderança da Renamo, dando até exemplos de vários casos de decisões anti-democráticas ocorridas no Partido. Alguns analistas sugerem que a Renamo está em rotura e que o descontentamento já não pode ser disfarçado, o Partido vai ter de mudar radicalmente ou corre o risco de ser irrelevante. Concordemos ou não com essas análises, a verdade é que uma Oposição inoperante e mergulhada em crises, abre as portas ao monopartidarismo. A última versão descabida é que Daviz Simango ambicionava conquistar a liderança da Renamo.

É lamentável que numa altura em que os democratas deveriam estar preparando afincadamente a vitória nos próximos pleitos eleitorais, a Oposição esteja cada vez mais dividida. É extremamente doloroso ouvir que a divisão é fomentada pela liderança. Num partido democrático, as questões são debatidas vigorosamente e as decisões geralmente são consensuais e transparentes, ninguém é discriminado por ter ideias diferentes ou por questionar certas situações. Um Partido pertence aos membos e simpatizantes,de modo algum pertence só à liderança ou a um grupo restrito. Ninguém se pode servir do Partido como coutada privada.


A lealdade é uma virtude louvável, mas por vezes somos confrontados com situações que nos forçam a escolher entre a lealdade e a consciência. A minha opção permanece a mesma: o meu compromisso é com a liberdade e a democracia, em todas as circunstâncias.

Dissidente da Frelimo apoia Deviz Simango

BEIRA — O antigo governador da província de Sofala e fundador do Grupo Reflexão e Mudança, GRM, Francisco Masquil, vai suportar a candidatura independente do actual edil da Beira, nas próximas eleições autárquicas.
Masquil é dissidente do partido no poder, Frelimo, e, neste momento, encontra-se quase fora do cenário politico, depois de não ter renovado o mandato em 2004 a deputado da Assembleia da República pela Renamo. Concorreu ao município da Beira, nas primeiras eleições, tendo sido derrotado por Chivavice Muchangage, no ano em que a Renamo boicotou as eleições.
O GRM de Francisco Masquil, entrou na corrida nas primeiras eleições no mesmo ano em que este abandonou a Frelimo. Aliás, o GRM, na altura, era formado, na sua maioria, por pessoas que haviam pertencido ao Partido de Convenção Nacional, PCN, e alguns, mas em número menor, que provenientes da Renamo e Frelimo.
O GRM viria a estar fora do cenário político porque a maioria dos seus membros se filiaram à Renamo, em Sofala, processo iniciado por Masquil, em 1999, quando conseguiu se filiar na Renamo e eleito deputado da
Assembleia da República pela “Perdiz”, facto que fragilizou o grupo que, no mandato de Chivavice Muchangage, tinha alguns membros no município da Beira.
Daviz Simango formalizou, na ultima sexta-feira, a sua candidatura independente ao município da Beira.
A candidatura de Daviz Simango continua a ser tema de conversa em cada esquina da cidade da Beira e há vozes que dizem que Simango está a destruir Renamo.
Curiosamente, embora com o anúncio formal de Daviz Simango como candidato independente, o “Viva Renamo” continua a ser a tónica e trunfo usado pelo edil da Beira junto aos seus apoiantes, facto que não está a agradar a liderança deste partido, que diz que Simango não é membro da Renamo.Entretanto, Simango disse não se preocupar com o que se diz, pois, segundo suas palavras é membro da Renamo, há bastante tempo.

FONTE: A Tribuna Fax, com a data de 08/09/08, retirado com a devida vénia.

Wednesday 10 September 2008

Dhlakama fustigado por simpatizantes em Chimoio


Chimoio (Canal de Moçambique) - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde sábado último encontra-se na província de Manica para participar nas cerimónias fúnebres do ex-deputado da Assembleia da República e irmão mais velho de André Matsangaísse, garantiu à nossa reportagem que está confiante na vitória dos candidatos da Renamo às eleições autárquicas de Novembro próximo.
Falando à margem das cerimónias fúnebres de Luís Garife Matsangaísse, o líder da “perdiz”, sustentou que depois de tantos conflitos passados em vários pontos do país para definir as candidaturas dos seus membros, lhe resta agora insistir para que todos os simpatizantes colaborem com o partido, com sentido democrático, e estarem de olhos postos nas campanhas eleitorais que se avizinham no país.
Num aparente ataque a Eduardo Leite, deputado da Renamo pelo círculo eleitoral de Chimoio, que manifestou interesse na sua candidatura independente, tendo chegado a anunciar publicamente tal pretensão mas acabando por não concretizar, Dhlakama disse que estas candidaturas só concorrem para dispersar votos e minar o ambiente no seio do partido. Entretanto, questionado sobre a retirada de Daviz Simango como candidato oficial da Renamo, na Beira, o líder da “perdiz” afirmou que foi sua a decisão, justificando-a como tendo sido em respeito pela vontade das bases, apesar de reconhecer que Simango desempenhou um papel importante no município que é tido como o principal bastião da oposição ao regime da Frelimo. “Daviz Simango fez e está a fazer um bom trabalho no Município da Beira, assim como também outros dirigidos pela Renamo constituem o espelho da boa governação do partido, mas mesmo assim, decidimos avançar com uma outra candidatura, não pelo desempenho, mas sim pela falta de transparência na utilização dos fundos do município”.
Alguns políticos abordados pela nossa reportagem afirmam estar a observar-se, particularmente na cidade da Beira, uma situação de ganância pelo poder no seio da Renamo, sobretudo por parte de um grupo que aspira a tirar proveito dos cofres municipais e a que Daviz Simango não deu espaço nos cinco anos do mandato que está termina em Dezembro. E se por um lado Simango granjeou a simpatia de grande número de munícipes, incluindo eleitorado que publicamente se diz simpatizante da Frelimo, esse grupo estará agora a tentar destruir o Edil que se considera ter sido o que mais fez pela Beira desde a Independência Nacional.
De recordar que Daviz Simango foi ainda este ano considerado pela própria Renamo como melhor edil do país ao nível dos municípios governados pela Renamo, e Dhlakama numa das entrevistas chegou a dizer que “nada justificaria a substituição dos seus presidentes na corrida eleitoral”.
A viragem repentina de Dhlakama, de uma opção de continuidade de Daviz Simango como Edil da Beira para passar a apostar em Manuel Pereira, está a ser considerada por alguns analistas uma opção forçada por certos militares da guerrilha que andam descontentes e a ameaçar Dhlakama alegando que ele está a entregar o partido a jovens que têm a mania que são doutores. Contudo, outros preferem subscrever a ideia de que Dhlakama anda com medo da ascensão de popularidade do engenheiro Daviz Simango, lamentando ao mesmo tempo que assim seja porque reconhecem ser o próprio presidente do partido quem com os seus ciúmes acaba por promover a divisão no partido . Outros ainda consideram que não está posta de parte a hipótese de Dhlakama ter sido enganado por um grupo que se deixou aliciar por benesses que lhes teriam sido concedidas por membros do Comité Central da Frelimo residentes na Beira. E outros chegam mesmo a alegar que Dhlakama está a entregar a Beira à Frelimo a troco de dinheiro que terá recebido. O certo é que Daviz Simango continua a considerar Dhlakama o seu “querido presidente” e a sua candidatura independente está a ser apoiada pelos núcleos da Renamo de todos os bairros da Beira, enquanto os delegados do partido na cidade e província, respectivamente, que apoiam Manuel Pereira e são tidos por quem enganou Dhlakama, andam agora escoltados pela Polícia de Intervenção Rápida, força de quem há pouco diziam o pior que se podia ouvir de alguma instituição.

(José Jeco)

FONTE: Canalmoz, 10/09/08

Tuesday 9 September 2008

Dhlakama oferece Beira à Frelimo

Lourenço Bulha, candidato da Frelimo para o Município da Beira, nas eleições autárquicas de 19 de Novembro, pode considerar-se homem de sorte, porque Afonso Dhlakama afastou Davis Simango, da corrida, para facilitar a reconquista da cidade pelos camaradas. Para o lugar vago, como sempre, indigitou Manuel Pereira, veterano da Assembleia da República, que, há dois meses, ensaiou uma candidatura controversa, rejeitada pelas bases. Eleições? – É coisa dos comunistas.
Analistas atentos alertaram que a acrobacia de Pereira era uma jogada do líder, sempre presente em épocas eleitorais. Não era segredo para quem o conhecia como um inconsequente. Depois, o pré-candidato veio a público anunciar a sua retirada, dizendo ter sido enganado. Os mais cépticos viram a mão do líder, para baralhar a opinião pública. As bases do líder andam pelos cafés da Beira, a fazer barulho na imprensa, ao serviço de Dhlakama.
Bulha diz que vai expulsar a perdiz do município de Chiveve. Agentes do SISE sabiam, há mais de 15 dias, da decisão de Dhlakama, de entregar a Beira à Frelimo, em nome das suas invisíveis bases. Bulha pode correr rumo à vitória, removido que foi o obstáculo no seu caminho. A história vai nos dar razão e Dhlakama será o culpado.
O afastamento de Simango é considerado, por muitos, como uma manobra política do líder para desmobilizar militantes, simpatizantes e amigos do seu partido. As pessoas que o conhecem dizem que ele é imprevisível. A Frelimo tem feito algumas coisas boas, que Dhlakama não consegue imitar. Copia, com genica, as piores asneiras da Frelimo, tal como desmobilizar e confundir os militantes do partido.
A Renamo nunca elege deputado em Gaza. Para Dhlakama isso não é problema. Deixou escapar Tete, perdeu Niassa, empatou em Manica. O líder não está preocupado com isso. O silêncio da Renamo sobre a prisão, evidentemente política, do assessor de Simango, Alexandre Gonçalves Jr., é estranho. Enquadra-se nos esquemas do líder em abandonar seus amigos, simpatizantes e militantes quando presos.
A manobra de Dhlakama deve ser denunciada pelas forças que lutam contra o retorno à monopartidarização do Estado, favorecida pela dormência do líder da Renamo. Dhlakama deveria ocupar-se, exclusivamente, do seu Movimento Multipartidário Mundial e deixar a política para os interessados em mudanças, no País.
Dhlakama pretende diminuir a popularidade interna e externa de Simango para, assim, garantir a sua continuidade na liderança no partido. O líder deveria deixar de dar boleia à Frelimo, com suas brincadeiras, consolidar o seu partido a fim de ganhar as eleições. Quem está a destruir a Renamo é Dhlakama e não a Frelimo.
Para o bem da democracia e da Renamo, Pereira deveria abster-se de ser usado por Dhlakama, renunciando a sua intenção. As manifestações que ocorrem, na Beira, são um sinal claro de que não terá as coisas facilitadas. A persistir, tanto a Renamo quanto a Pereira sairão amachucados.

( Edwin Hounnou - edhounnou@yahoo.com.br, retirado, com a devida vénia de A Tribuna Fax, edição de o1/09/08. )

Sunday 7 September 2008

Ainda o acidente de Mbuzini

Como o Ministério da Segurança Começou por Esconder a Verdade

Passageiros que desembarcaram em Maputo, vindos de Portugal, nos dias que se seguiram ao acidente de Mbuzini, foram alvo de aturadas buscas por parte de funcionários do Ministério da Segurança-Snasp destacados no aeroporto da capital moçambicana. Os homens da segurança moçambicana tinham instruções específicas para confiscar todos os exemplares do semanário português, Expresso, publicado em Lisboa.

Alertado pela Embaixada de Moçambique naquela cidade, o Ministério da Segurança rapidamente mobilizou meios para impedir a circulação do jornal português, não só em Maputo, como também nas restantes partes do território moçambicano pois continha matéria noticiosa sobre o acidente de Mbuzini que não coincidia com a campanha de desinformação que entretanto já havia sido lançada no intuito de encobrir os verdadeiros responsáveis pelo desastre.

A reportagem do Expresso era semelhante a um despacho enviado pelo correspondente da agência noticiosa portuguesa em Maputo, Augusto de Carvalho. Antes de desempenhar as funções de correspondente dessa agência no nosso país, Augusto de Carvalho havia sido director do semanário Expresso.

O despacho indicava claramente que o correspondente, que hoje desempenha as funções de assessor editorial do semanário Domingo, havia tido acesso a dados constantes da transcrição da gravação das comunicações entre a Torre de Controlo do Aeroporto de Maputo e o Tupolev presidencial acidentado em Mbuzini. Dessa transcrição foi possível detectar os primeiros indícios dos erros cometidos pela tripulação da aeronave, e da confusão gerada entre a Torre de Controlo e o rádio-operador do Tupolev-134A, numa altura em que esta aeronave se encontrava a cerca de 50 milhas náuticas de Maputo.


Os esforços da segurança moçambicana em lançar um véu sobre a tragédia de Mbuzini ficaram patentes num artigo da autoria de Luís Brito Dias, antigo piloto das LAM, e que foi publicado na última edição do Zambeze. No artigo, Dias revelou que o ministro responsável pela pasta da segurança havia feito “chegar aos pilotos da LAM a mensagem, tipo ameaça bem clara, para se manterem calados e não abrirem a boca.”

Em declarações posteriores à publicação do seu artigo, o Comandante Luís Brito Dias referiu que "a primeira indicação para nos mantermos calados foi dada verbalmente pelo então director das LAM, que nos avisou claramente de onde vinham as instruções.” Luís Dias acrescenta que “a outra vez foi numa discussão privada com uma pessoa muito chegada a Sérgio Vieira que até nos disse, num tom ainda mais ameaçador, que se nós (pilotos da LAM ) continuássemos a falar, acabaríamos presos." O Comandante Dias refere que "nessa conversa até estavam presentes outros dois pilotos da LAM que ficaram estupefactos com o tom da ameaça." Houve ainda uma outra ameaça nesse sentido, vinda de um dos membros da Comissão de Inquérito moçambicana", acrescentou a fonte.

Avisos idênticos foram transmitidos a todo o pessoal do Aeroporto de Maputo e da Aeronáutica Civil. Os primeiros indícios da mão pesada da segurança moçambicana, após o acidente de Mbuzini, reflectiram-se na Torre de Controlo do Aeroporto, em que o controlador de tráfego aéreo de serviço na noite do acidente viria a ser detido. Igualmente presos pelo Snasp foram funcionários ligados à área da meteorologia por terem contactado o Aeroporto Internacional de Joanesburgo para uma actualização do estado do tempo. O pedido a Joanesburgo foi feito depois do Comandante Sá Marques, do voo TM103 da LAM, vindo da Beira, ter informado a Torre de Controlo de Maputo de que não poderia continuar por mais tempo em espera e que uma alternativa seria desviar o seu voo para a capita sul-africana uma vez que não era possível aterrar em Maputo. O voo TM103 acabou por ser desviado para a Beira no meio de grande pandemónio no interior da Torre de Controlo do Aeroporto de Maputo em que agentes do Ministério da Segurança ficaram alarmados por se ter dado a conhecer à África do Sul que algo de anormal se estava a passar.

É de salientar, que contrariamente ao que mandam as leis da aviação, a Torre de Controlo de Maputo, sob pressão do Ministério da Segurança, não emitiu, de forma atempada e coordenada, os avisos convencionais de alerta referentes a aeronaves em situação anormal, designadamente INCERFA (que reflecte estado de incerteza quanto à segurança de uma aeronave); ALERFA (reflectindo apreensão quanto à segurança de uma aeronave) e DETRESFA (em que há a certeza razoável de que uma aeronave e os seus ocupantes encontram-se ameaçados por perigo grave). Efectivamente, o primeiro aviso de alerta, sob a forma de DETRESFA, só foi expedido da Torre de Controlo do Aeroporto de Maputo, às 06h04 (hora local) do dia 20 de Outubro de 1986.

Os posteriores esforços da segurança moçambicana, que se ajustavam à campanha de desinformação em curso, serviam fundamentalmente os interesses da União Soviética que a todo o custo pretendia desviar as atenções que, inevitavelmente, centravam-se sobre a tripulação do Tupolev presidencial, cedida oficialmente a Moçambique pelo governo de Moscovo. Foi no âmbito desses esforços que as autoridades soviéticas deram instruções à sua missão diplomática em Maputo para evitar quaisquer contactos dos investigadores do acidente, tanto moçambicanos como sul-africanos, com o mecânico de bordo que havia sobrevivido ao acidente. O sobrevivente deveria ser transferido o mais rapidamente possível para a União Soviética, de acordo com as instruções recebidas na Embaixada deste país em Maputo.

Estes factos foram confirmados pelo membro do antigo Bureau Político do Partido Frelimo, Major General Jacinto Veloso, num livro de memórias publicado mais de duas décadas após o acidente de aviação de Mbuzini. Refere o autor de Memórias em Voo Rasante, que “quando elementos da comissão moçambicana de inquérito quiseram interrogá-lo [mecânico de bodo], o pessoal da segurança da embaixada da URSS impediu-os. Foram alegadas razões médicas óbvias e até houve a promessa de que, quando o tripulante estivesse recuperado e fora do estado de choque, a parte moçambicana poderia entrevistá-lo.”

O Major-General Jacinto Veloso acrescenta que “dois ou três dias depois, um dos membros da comissão de inquérito foi ao hospital para saber como estava o tripulante. Com enorme espanto, constatou que o pessoal da embaixada já o havia evacuado para Moscovo.” O autor salienta que “a Comissão de Inquérito de Moçambique protestou e pediu para ir a Moscovo falar com o tripulante, mas a embaixada informou que isso não era aconselhável e que as autoridades soviéticas iriam fazer o inquérito e transmitir as respostas às questões colocadas pela parte moçambicana.” Segundo Jacinto Veloso, “até hoje, pelo que sei, a parte ex-soviética não transmitiu qualquer informação sobre o assunto.”
O estado de saúde do sobrevivente foi apenas um pretexto para impedir que os investigadores do desastre tivessem acesso ao mecânico de bordo. Na realidade, os ferimentos contraídos por Vladimir Novoselov não eram assim tão graves que impedissem a prestação de depoimentos, pois num curto espaço de tempo havia deambulado de uma unidade hospitalar para outra. Do local do acidente, Vladimir Novoselov foi evacuado para o Hospital de Nelspruit e pouco tempo depois para o Hospital Militar 1 em Pretória, e deste para Maputo. Daqui acabaria por ser transferido para Moscovo, num voo de longo curso. Nada disto condiz com uma pessoa cujo estado de saúde obrigue a que fique isolada numa unidade de cuidados intensivos, como pretendeu fazer crer a Embaixada Soviética em Maputo e que Jacinto Veloso denuncia no seu livro.
ZAMBEZE, 04 de Setembro de 2008, citado em www.macua.blogs.com

Acidente de Mbuzini


Sérgio Vieira Ordenou Pilotos da LAM a “Manterem-se Calados”
Luís Brito Dias *

Li com muita atenção as declarações do Sr. Sérgio Vieira a respeito do desastre de Mbuzini (jornal O País, 15 de Agosto de 2008), assunto que me interessa sobremaneira, pois trabalhei em Moçambique como piloto da DETA /LAM durante 17 anos. Presentemente trabalho no Extremo Oriente como comandante de uma transportadora aérea, pilotando aviões do tipo Boeing 747-400.
É evidente que o Sr. Sérgio Vieira mente descaradamente pois ele era na altura do acidente o Ministro da Segurança, portanto com responsabilidade no que veio a acontecer. Samora teve uma morte inglória e claro que ele também foi o responsável pelo que aconteceu pois entregou a sua própria vida nas mãos de pilotos que revelaram desleixo, negligência e incúria.
Todos os pilotos que voavam na LAM na altura sabem perfeitamente que o acidente de Mbuzini deveu-se a negligência e incúria por parte da tripulação técnica. Aliás, após o acidente, o Sr. Sérgio Vieira fez chegar aos pilotos da LAM a mensagem, tipo ameaça bem clara, para se manterem calados e não abrirem a boca. Foi por essa razão que nenhum Comandante foi nomeado para fazer parte da comissão de inquérito. O único que foi nomeado foi um co-piloto da LAM, que tinha sido da Força Aérea e era membro do Partido Frelimo, e por isso facilmente controlável. Este co-piloto começou a ver a nojeira que era a Comissão de Inquérito e arranjou maneira de se baldar rapidamente pois em consciência não podia participar na deturpação da verdade.
Os pilotos soviéticos além de terem pouca experiência, voavam muito pouco e as licenças de voo que foram apresentadas no inquérito são falsas. Foram emitidas postumamente.
Na altura eu era co-piloto do DC-10 da LAM, e num voo de Lisboa para Maputo, juntamente com o Comandante, demonstrámos a Mariano Matsinhe e a outro ministro da Frelimo que seguiam a bordo, o que realmente tinha acontecido. Eles foram nossos convidados no cockpit. Até fizemos a viragem ou mudança de rumo inicial, bem como a manipulação errada dos selectores de instrumentos de navegação para lhes mostrar o que se passara na noite no desastre de Mbuzini.
Para além de não trazerem combustível de reserva o que aconteceu foi que dos 5 tripulantes no cockpit, 3 estavam entretidos a dividir e a tomar os restos das bebidas alcoólicas que iriam sobejar até 6 minutos antes do impacto final. Só o co-piloto e o navegador é que estavam a tomar "conta" do voo. Tudo isto está registado na transcrição do CVR (Cockpit Voice Recorder).
O Comandante só se apercebeu que estavam perdidos 3 minutos antes do impacto final. A desorientação era tal que nem ligaram nenhuma ao aviso sonoro (GPWS) que o avião ia bater no chão sem estar na configuração de aterragem . Quebraram muitas regras básicas de "ouro" da aviação, mas a mais importante foi terem chegado à "Altitude de Segurança", publicada para Maputo, que é de 3 000 pés, e continuarem a descer sem terem contacto visual com o solo ou, em alternativa, indicação electrónica correcta dos equipamentos de navegação de Maputo. Neste caso, o ILS ou o VOR de Maputo.
O que sucedeu foi que eles em vez de seleccionarem o ILS de Maputo (110.3) enganaram-se e seleccionaram o VOR de Matsapa (112.3) e desviaram-se de rota para a Radial 045 de Matsapa em vez de estarem na Radial 045 do VOR de Maputo. O navegador do Tupolev enganou-se, pois no sistema russo quem selecciona as rádio-ajudas são os navegadores e não os pilotos. Ele já vinha com o VOR de Maputo seleccionado (112.7), mas ao mudar de frequência para o ILS de Maputo (110.3) que é uma rádio-ajuda de aproximação à pista e não de navegação em rota, cometeu o erro fatal.
Os selectores dos dígitos decimais são independentes dos dígitos das centenas. Ou seja, primeiro teria que mudar de 112 para 110 e depois de 0.7 para 0.3 com um selector independente. O que aconteceu foi que ele deixou ficar o 112 e só alterou de 0.7 para 0.3 o que veio a coincidir com a frequência do VOR de Matsapa.

Foi esta manipulação errada de sistemas que levou a tripulação a fazer uma viragem de rota. Como estavam "distraídos" no cockpit não houve ninguém que verificasse as manipulações dos selectores de frequência. Uma das regras básicas é que sempre que se muda qualquer coisa no cockpit essa acção tem que ser verificada e aceite pelo outro piloto. Nada disso foi feito.
Estas foram as causas imediatas do acidente, mas houve outros factores que também contribuíram, tais como a fadiga da tripulação, a falta de combustível, a inactividade prolongada da tripulação, a falta de verificações de simulador de voo, etc.
Um acidente de aviação nunca acontece por si só. É sempre um acumular de eventos que vão culminar num fim trágico. Não querendo ser arrogante, mas a minha experiência de 31 anos de aviação bem como a participação em inquéritos de acidentes aeronáuticos deixam-me perfeitamente à vontade para falar destas situações.
Depois de tantos anos de poder do ANC na África do Sul, e apesar de muita investigação por parte das novas autoridades sul-africanas, quer a nível da Comissão da Verdade e da Reconciliação, quer a nível da polícia mandatada pelo Presidente Thabo Mbeki há mais de dois anos, não foi encontrado qualquer vestígio de tentativa de interferência no voo por parte das autoridades sul-africanas do anterior regime. As teorias conspiracionistas voltaram-se então para supostos mentores internos, o que é muito duvidoso e sem cabimento. Os factos falam por si…
______________________
* Ex-piloto da DETA/LAM. Presentemente é comandante de aeronaves B-747 400 ao serviço de uma transportadora do Extremo Oriente
ZAMBEZE – Maputo, 28 de AGOSTO de 2008 p 2
Uma opinião...

Durante 22 anos neste país ensinaram-nos a pensar que quem matou Samora Machel foi o regime do apartheid sul-africano. Outro clube tentou impingir-nos a ideia de que quem matou Samora foram cobardes internos, numa conspiração confidencial bem montada; preparada e executada ao pormenor...

Agora aparece-nos este senhor a desmentir categorigamente as duas versões, e dizendo de um jeito quase cómico, mas real que foi bebedeira a bordo do Tupolev 134 que matou Samora. Naquele fatídico dia os pilotos russos entulharam tanta Vodka que confundiram a formação montanhosa dos Libombos com a pista de Maputo...

Bob Marley tinha razão, é melhor fumar erva que beber álcool...

O que fizeste hoje, querida?

Um homem chegou em casa, vindo do trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de fora, ainda vestindo pijamas.Estavam sujos de terra, cercados por embalagens vazias de comida entregue em casa..A porta do carro da sua esposa estava aberta. A porta da frente da casa também.O cachorro estava sumido, não veio recebê-lo.Enquanto ele entrava em casa, achava mais e mais bagunça.A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava enrolado e encostado na sala de estar, a televisão ligada aos berros num desenho animado.Havia toda a sobra do café da manhã na mesa, a geladeira estava aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima da pia.Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta.
Assustado, ele subiu correndo as escadas, desviando dos brinquedos espalhados e de peças de roupa suja. ''Será que a minha mulher passou mal?'' ele pensou. ''Será que alguma coisa grave aconteceu?''Daí ele viu um fio de água correndo pelo chão, vindo do banheiro. Lá ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na pia. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta e a banheira transbordando água e espuma.Finalmente, ao entrar no quarto de casal, ele encontrou sua mulher ainda de pijama, na cama, deitada e lendo uma revista. Ela olhou para ele, sorriu, e perguntou como foi seu dia. Ele olhou para ela completamente confuso, e perguntou que diabos havia acontecido em casa, por que toda aquela bagunça?
Ela sorriu e disse:''Todo dia, quando você chega do trabalho, me pergunta: Afinal de contas, o que eu fiz o dia inteiro dentro de casa?''''Tá, e daí ?''''Bem... hoje eu não fiz nada, fofo!''

Saturday 6 September 2008

O selo


O Presidente da República das Bananas queria um selo com a sua foto para deixar para a posteridade o seu mandato de boa governação e de sucessos na luta contra a corrupção e a pobreza.
Os selos são criados, impressos e vendidos. O Presidente fica radiante! Mas em poucos dias ele fica furioso ao ouvir reclamações de que o selo não adere aos envelopes.
O Presidente convoca os responsáveis e ordena que investiguem o assunto. Eles pesquisam as agências dos Correios de todo o país e relatam o problema.
O relatório diz:


"Não há nada de errado com a qualidade dos selos. O problema é que o povo está a cuspir no lado errado."

Friday 5 September 2008

A comédia da Política Moçambicana

Caso das Municipais da Beira e Maputo

Depois do Partido Frelimo ter descartado, de forma pouco convincente, Eneas Comiche como seu candidato para o maior município do país: Maputo, os cidadãos moçambicanos foram surpreendidos com a declaração da Renamo, na pessoa do Secretario do partido em Sofala, dando conta de que Daviz Simango não era mais seu candidato.

Foi surpresa o facto do Partido descartar Daviz Simango e não o facto da decisão ser ridícula. Num momento em que o partido Frelimo mostrou ter optado pelo menos conveniente, não convencendo as suas próprias bases, a Renamo aparece a cometer o mesmo erro e, se calhar, pior que o da Frelimo.
É caso para dizer que com esses dois partidos só mudam os detalhes mantendo-se o resto.
Contrariamente a apatia da base maputense, os beirenses exigiram que o tal secretário local indicasse "pelo menos um ou uma pessoa" que representasse essa base que sustentou a retirada de Simango para Pereira.

Ironicamente, abundam provas que mostrem o quão as bases sempre foram ignoradas pelos jogadores políticos deste país.
O erro da Renamo pode ser mais fatal na medida em que para alem de não possuir um laboratório eficiente de construção de estratégias políticas, escasseiam no seio do partido representantes coerentes. Tenho pensado comigo mesmo, quantos membros sentem-se envergonhados de representar essa fileira.
É claro que a Frelimo chegou também a envergonhar as suas bases no Maputo, contudo, parece que tomou a decisão fundamentada em algo que já se cogitava fazia algum tempo que vale a pena mencionar. Já a Renamo, parece que tomou a decisão motivada por uma simples imitação.

Custa-me a crer que um candidato que se pretende Presidente da República seja incoerente e de certa forma irreverente. A mudança de candidato por parte da Renamo em menos de um mês, prova que este partido não está se preparando para os desafios eleitorais que o país vai acolher a partir de Novembro próximo.
Uma das causas da violência eleitoral é o despreparo dos candidatos, que ultrapassados pelo processo ficam com a sensação de que foram ludibriados, não só, os maus exemplos do Quénia e Zimbabwe podem se repetir entre nós quando gente desprevenida acaba sendo condenada pelo voto.
O exercício do poder exige legitimação pelo povo. A falta de democracia interna nos partidos é um exemplo de como será a governação quando o mesmo ganha o poder.

Se a Frelimo é louvada pelos longos anos de experiência governativa, peca por não ter um exercício de poder que seja participativo e inclusivo. Em muitas situações simplesmente se esquecem de que quem não está nesse partido também é moçambicano e que tem os mesmos direitos e liberdades

Se a Renamo reivindica a paternidade da democracia, peca contudo por não poder ser coerente no seu discurso, não sendo assim, capaz de transmitir confiança e esperança no cidadão moçambicana quanto a uma eventual alternativa política e governativa.
Tenho dito muitas vezes que a grande força da Frelimo está na grande fraqueza da Renamo que não consegue ser uma oposição séria.
De todas as maneiras os dois partidos decepcionam o cidadão de uma forma realmente imperdoável. Não se perdoa a quem não consegue dirigir os destinos de um povo. Não se perdoa a quem olha para o seu próprio estômago e umbigo.

A candidatura independente de Daviz Simango significará uma lição a Renamo, que vai perder o Município a favor do actual Edil ou favor da Frelimo com a dispersão de votos, o que sendo hoje previsível significa mau jogo político do Partido do Afonso Dhlakama.
Candidatura independente deveria também ser posta por Eneas Comiche que sem dúvidas se reconduziria a Presidência do Município. Mas mais do que isso, mostraria que a sua disciplina partidária não prejudica o seu compromisso político com os cidadãos de Maputo que aprenderam a acreditar e a confiar no seu discurso e no seu trabalho.

Com duas candidaturas independentes, ganhando os dois maiores municípios do país, a democracia moçambicana jamais será a mesma e se calhar isso significaria uma preparação para um processo democrático pacifico e inclusivo muito próspero na história deste país.

Mais do que simples palavras, o cenário político criado com as últimas apresentações dos dois maiores partidos deste país mostram claramente que os interesses da maioria estão em terceiro plano, depois dos políticos e pessoais, e que, depois de Novembro próximo, tanto a Frelimo como a Renamo saberão o quanto o povo não anda desatento nem despreparado.

(Custódio Duma)


Fonte: www.athiopia.blogspot.com

Thursday 4 September 2008

Carta aberta ao Presidente, liderança, membros e simpatizantes da Renamo na Beira


SUA EXCIA SENHOR PRESIDENTE DO PARTIDO RENAMO,
Afonso Macacho Marceta Dhlakama,
Senhores Membros da Comissao Politica,
Senhores membros do Concelho Nacional,
Senhor Presidente do Concelho Municipal da Beira, Eng. Davis Simango
Senhor Deputado da AR, Manuel Pereira,
Membros da Delegacao do Partido na Beira,
Caros membros e simpatizantes do Partido,
Excias,
E com profunda dor, consternacao e alto sentido patriotico que vos dirijo, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, em vertude de estar fora do pais.
Caros dirigentes, colegas, membros e simpatizantes,
Vai a enterrar hoje, o Dr. David Alone, membro senior do partido e um exemplo de luta e engajamento pela causa que todos almejamos servir e sacrificamos nossas vidas, carreiras, sonhos, familias, bens e ambicoes.
Encerra hoje, mais uma pagina na dolorosa caminhada que o Dr. Alone teve neste vale de lagrimas! Ficam para tras, os tempos da 'reeducacao' em Mocuba Sisal, Zambezia, onde apesar de Doutorado numa das mais prestigiadas instituicoes europeias, teve que passar meses acordando as quatro da manha, para estar ao lado dos camponeses e trabalhadores eventuais da Companhia da Boror, cortando e carregando fardos de sisal, ele proprio! Ficam para tras, os dias em que este patriota teve que ficar em isolamento na cadeia da Cidade da Beira, pelo simples crime de ser Doutor! Ficam para tras, os tenebrosos dias na BO de Quelimane, no meio de cidadaos nacionais presos so porque a sua religiao nao lhes permitia dizer viva a Frelimo! Ficam para tras as noites de insonia provocadas pela ditadura que usurpara as liberdades de um povo inteiro! Ficam para tras os tempos de incerteza sobre o segundo, o minuto, a hora a seguir, sobre as interrogacoes dos agentes da PIC e da seguranca do entao nascente Estado Popular! Ficam para tras as proibicoes de leccionar, proibicao essa que nem os Acordos de Paz, nem as primeiras eleicoes, as segundas, ou as terceiras conseguiram liberta-lo! Ficam para tras os temores sobre a possibilidade de um dia voltar a ver a sua Betty, o seu Miguelito, dois amores de que nunca se separou!
Fica para tras uma vida cheia de injusticas mas tambem de celebracoes, porque apesar de banido David Alone soube mostrar que o 'trabalho dignifica o homem!' Nao apenas na teoria mas na pratica! Pelo trabalho abnegado o Dr. Alone conseguiu passar da sua condicao de 'cortador de sinal' a membro do Conselho de Estado, a membro da Comissao Permanente da Assembleia Popular, a Conselheiro da Agenda 2025! Subindo degrau a degrau, desde chefe da comissao administrativa da Boror, a director administrativo da Geralco, a director provincial e depois regional da Enacomo, e quica ao posto de Director Provincial da Industria e Energia em reconhecimento da sua competencia profissional e integridade moral. Reconhecimentos esses feitos por um regime que o declarara 'persona non grata', um quase vivo-morto! A historia deste homem confunde-se com a historia da luta pela democracia em Mocambique, com historia da segunda luta de libertacao do povo Mocambicano!
Fica para tras hoje, a trajectoria de um Homem que amou a sua patria! Um homem que tinha tudo para sair do pais e nao saiu! Um homem que nao soube apesar das circunstancias soletrar a palavra 'traicao' a sua patria!
Fica para tras, um monumento, uma biblioteca, um exemplo de vida e de luta que deveria ser seguido por todos os jovens da minha patria! Sim todos porque para David Alone, a Patria estava em primeiro lugar! A patria estava acima de tudo e de todos! Independentemente das cores partidarias, da etnia, da raca, do genero! 'Servir, e servir sempre a patria', era o seu locomotiv!Excias,
Colegas,
Neste momento de dor e luto, neste momento em que nos despedimos deste grande filho da patria mocambicana, tenho em respeito a memoria deste destacado filho da patria, dizia eu que tenho apenas um pedido:
Ao Presidente da Renamo, Afonso M. M. Dhlakama, que soube ouvir o choro e o lacrimejar de um povo inteiro e veio em seu socorro para liberta-lo dos apetites do abutres que trairam a revolucao popular de Magaia, Kankomba, Simango, e Mondlane;
Ao Presidente do Municipio da Beira Eng. Davis Simango;
Ao deputado da Assembleia da Republica, Manuel Pereira;
Aos membros da Renamo na Cidade na Beira;
Aos membros do Conselho Nacional;
Aos membros da Comissao Politica:
Nao traiamos a vida, a luta, a entrega e a memoria do Dr. David Alone! Pensemos nao nos nossos interesses pessoais, umbilicais, grupais, etnicos! Pensemos na grande causa a que David Alone e muitos jovens, criancas, mulheres, velhos deram suas vidas! Pensemos no bem do povo mocambicano, no bem dos municipes da Cidade da Beira. Inspiremo-nos no exemplo de vida do Dr. Alone: ponhamos os interesses do partido, os interesses patrioticos, e a democracia acima de qualquer outro interesse!
Deixemos que o Dr. Alone descanse em paz, que a sua memoria de guerreiro finalmente descanse! Que a sua luta e aluta de milhares de mocambicanos nao tenha sido em vao! Lutemos pois, todos juntos para que o seu sonho de alternacia governativa esteja cada vez mais perto e nao mais longe! Deixemos os nossos orgulhos umbilicais de lado! Lutemos para o bem estar e promocao da paz, concordia, e democracia na Beira, no partido e no pais! Entanto que pais da democracia temos uma obrigacao: liderar, ganhar, ou perder dando exemplo!
A esposa de Cesar nao basta que seja fiel, e importante que o pareca!
A nossa causa e justa! Nao entreguemos o ouro ao 'bandido' por razoes umbilicais! Nao traimos o espirito daqueles que durante 16 anos sacrificaram suas vidas para que hoje respirassemos o ar puro da democracia! Para que os jovens de hoje tivessem o direito a livre expressao, a opiniao! Enquanto nos distraimos ' a hiena' celebra na esquina mais proxima, sonhando com o sabor da nossa carne putrefacta! Sim putrfacta porque depois da luta interna, depois de nos enfraquecermos uns aos outros ela aparecera triunfante ao banquete!
O tempo nao esta do nosso lado. Falta apenas, um dia para o fecho das candidaturas as eleicoes municipais! Mesmo assim, penso que AINDA VAMOS A TEMPO DE RECONCILIAR A FAMILIA DA RENAMO, para juntos possamos celebrar o sonho do Dr. Alone.
Respeitosamente,
TENHO DITO
Manuel de Araujo
FONTE: www.manueldearaujo.blogspot.com